Friday 25 June 2010

Noites




Tenho muitas vezes estas noites em que
"as minhas coisas à solta"
em mim, milhares de formas
noites em que os cheiros da casa
da roupa
do passado
são intensos.
As paredes caladas e cegas dos prédios, nenhuma luz, só a minha.
São 5 da manhã como se fora meio dia, meia vida acordada.
Duvido sempre as mesmas dúvidas,
dívidas antigas.
E sou como uma cega surda criança
na madrugada de mim, ainda chorando o choro
de sentir um nascer diferente.
Ingénua me chamaram aos 15 anos.
E é todavia obrigatório ser
esperta, capaz de viver, sobreviver "mais ou menos"
nos círculos fechados dos dias, das sombras
da convivência conveniente
ao sossego de todos.
(e EU?)