Sunday 12 March 2017

África quase

Ao fazer há tempos o apontamento da viagem a Menorca, lembrei o Mediterrâneo e o lado de lá da Europa. África parecia-me "um enorme cacho de uvas", era assim que a via no Planisfério dos meus primeiros anos de vida, tal como no Canadá via "uma cabeça de coelho". Tive sempre uma grande curiosidade pelos nomes das terras, pelas formas, pelos cabos e baías. A geografia mudou entretanto, os países dilataram-se ou diminuíram, mudaram de cor, de donos, de gente. Sobre África fui acumulando sonhos e desesperos, uma nostalgia cores, de verdes e desertos:  sonhos, dos livros, filmes e documentários; desesperos, de guerras e fomes.
Nunca fui a África, nunca irei. Penso-me/tento-me por isso, a recordar o bocadinho dela que vi: o estreito de Gibraltar, o cordão umbilical que liga o Mare Nostrum romano e latino, ao poderoso Atlântico. A sonhar na cabeça antiga e a ver o recorte do mapa.
Era Primavera ainda e fazia 65 Maios: Conil era já um lugar conhecido de há anos, agradável para ficar e partir mais além.
Rumo, pois, a percorrer parte do sul de Espanha que mira África.



As praias, bonitas mas uma dificuldade em lá chegar, sem espaço, acaba a ruazita cheia de casas numa praia: só de mochileiro ou ali vivendo!

Para Bolonia que é um lugar adorável, Baelo Claudia ali ao lado, que já tínhamos percorrido: conjunto de ruínas romanas e Museu, um espanto à beira-mar...

A duna de areia que se formou como um corredor do vento Levante que sopra e encontra o fim da baía, crescendo e detendo-se aí, é visível desde a estrada,

e pintar a paisagem com ela em frente,

até descobrir o "chiringuito" onde uma vez comemos uma boa e fresca fritada de peixe,

o que se repetiu com agrado,

olhando e sabendo que "ali" em frente há a sombra de um outro continente,

que se irá mostrando e negando quando vamos mais além, para Tarifa e seguindo o recorte.

1 comment:

M. said...

Espanta-me que te lembres de tanto pormenor passado tanto tempo.