Thursday 29 November 2018

Caminhos de Santiago X - Allariz 2 de B

Percorrendo praticamente as mesmas ruas, o que de diferente observei e os nomes/lugares que encontrei nestas demandas de referência a antigos costumes.
Nas buscas, e entretanto, descobri referências a Rosalía de Castro (1837-1885), entre os meus papeis (En Allariz, merca en galego!)
"Cantares Gallegos" (um dos primeiros livros escrito integralmente em galego)

Eu cantar, cantar, cantéi,
a grasia non era moita,
que nunca (delo me pesa)
fun eu meniña grasiosa. 
Cantéi como mal sabia
dándolle reviravoltas, 
can fan aqués que non saben
direitamente unha cousa.
...Non me espriquéi cal quixera
pois son de espricansa pouca:
si grasia en cantar non teño
o amor da patria me afoga.
Eu cantar, cantar cantéi,
a grasia non era moita. 

Allariz diz-se ter sido fundada por um rei Suevo, Alarico de seu nome. Com história de lutas, fome (1942) e emigração, a vila recompôs-se da perda das suas indústrias (curtumes, moagem e tecidos), despoluindo o rio Arnoia e embelezando as suas ruas de uma forma harmoniosa. Há lugares perdidos onde nos sentimos encontrados...
Prémio do Conselho Europeu de Urbanismo (1994) e Reserva da Biosfera 2005, é um gosto passear por ela!



Igreja românica de Santiago


Um encanto, os relógios de sol (e não é que estava certo?) e os símbolos tão velhos das conchas de vieiras no caminho


Caixa de Crédito Agrícola entre os séc. XV e XVIII

... que também servia como casa de penhores!


Um centro histórico magnífico e bem conservado que fui vendo, em pormenores tão interessantes



Igreja de S. Bento



As lojas de artesanato e comidas bem apresentadas

Igreja de Santo Estevão





Recantos ternos e floridos


Um dos belos cruzeiros de Allariz

Caminho para o parque do Arnado, um óptimo conjunto de lazer junto ao rio

Novamente, outro lado da Igreja de Santo Estevão



e o frondoso parque junto à ponte românica de Vilanova

bem perto do excelente hotel onde ficámos, espaçoso e rodeado de verde


Tanto para ver mas, enfim, o resto do dia!

Depois do jantar e mais uma volta nocturna, ainda bebemos um licor de ervas que nos predispôs ao sono, tanto quanto a caminhada.
***
E EIS o que vê e diz M., no mesmo tempo horário, com as suas fotos de cantos de sombra e luz, e seus cantos (mentais também) de reflexões:



Sonho muitas vezes durante a noite mas raramente consigo, ao despertar pela manhã, lembrar com nitidez o que viajou pela minha cabeça nesse espaço de tempo. Imediatamente esqueço o que acompanhou o meu sono e, ainda que deseje recordar tudo direitinho, sobra-me apenas a vaga ideia de uma mistura de imagens que se interligam e se estranham umas às outras, num atropelo de pensamentos, cores, sombras, pedaços de histórias, vivências, palavras, diálogos, vozes conhecidas, desconhecidas, rostos, gestos. Enfim, o melhor será sonhar acordada, deixa o futuro em aberto. 

E segue-se...

Wednesday 21 November 2018

Caminhos de Santiago IX - Allariz 1 de MM

Um lugar que nos ficou, para sempre, nas ideias, largas e verdes...
Allariz, só vendo e andando por lá!
Aqui estão as fotos de MM, uma primícia que me faz sorrir, como se a-duas- mãos-a-dois-olhos se olhasse e se sentisse.















Escritas de MM sobre as poalhas de luz que nos acenavam das esquinas:

Outono. Regaço de um tempo sereno. Lugar de luz coada, lento e paciente o passo ao encontro da cor despojada da vida
(dixit)