Wednesday, 28 October 2020

Ida e volta ao ninho do Norte

Depois das errâncias em terras abaixo e es'panholas, dá-me saudades do Douro e Trás-os-Montes, com as suas terras frias e quentes. Esperar-se-á por um dia de Outono aprazível e há-de fazer-se este ano o mesmo percurso, tirar as mesmas fotos, sentir o mesmo agrado das coisas e das gentes. Há a luz e o céu que são diferentes, há o caminho que se modifica, há a disposição, há (ou não) a companhia. Há os pés e os olhos, ambos sentimentais.

Tive um médico que era mais que isso, tratador de doenças graves. Um humanista, um homem de sabedoria e abrangência ilimitadas. Todos os anos o via, no hospital, nos primeiros tempos mais que uma vez por ano. Duma vez, fez  um relatório completo da minha situação e conseguiu-me uma consulta no Middlesex Hospital, em Londres (vi agora que fechou em 2005!).

***Mais uma recordação, além dessa viagem (em companhia da minha querida amiga L.) de susto (doença) e fascínio (lugar): o médico, a quem me recomendou e ele mesmo contactou, chamava-se Dr. Blackman: um nome que notei. Por ser um homem dos seus 40 e tal anos, muito simpático e próximo que, ao contrário do nome, era branco-inglês e com uns imensos olhos azuis.***

Ainda posso recorrer ao conselho do meu médico portuense de tantos anos, somos "amigos" apesar da sua reforma. O caso é que sempre que recordo estes sítios, me lembro dele. 

Um passado: 1993. As conversas que tivemos incluíam medicamentos vários e muitos, muitos conselhos. De tal forma (devo ter guardado as receitas algures...) que no verso do papel/receita das medicinas, ele apontava coisas úteis, destinadas "a mim", à "minha condição" tão específica. Uma das vezes, e a essa me refiro especialmente, escreveu uma série de nomes e sítios. Para passear, para libertar a aflição em que me encontrava. E então sorrio da lembrança de alguns: Douro/Galafura, Castelo de Vide/Serra de S. Mamede, Reguengos de Monsaraz, Serpa/Pulo do Lobo... Só muito mais tarde pude fazê-lo mas sempre, sempre me ficará o encantamento destas receitas do meu querido doutor GM.

Começo pelas coisinhas rasas, do chão. Na Galafura 2008, 2009, 2010.










Não sei onde vai parar a minha cabeça à solta: queria dividir os temas das visões nesta terra que amo. 

E há tantas paisagens e estações e sentidos  diferentes! 



Tuesday, 8 September 2020

Andaluzia - Viagem de volta I

Na volta dos poucos e intensos dias, ainda se parou em Tarifa, o ponto mais meridional da Europa, em frente a Tânger. Agora com as crises dos refugiados, nem pensar em atravessar. Mas confesso que, na ocasião, me deu uma certa mágoa não poder pôr um pé em África. Sentir as cores, as diferenças. Tal como me lembro de ouvir falar, em 1960, do terrível terramoto em Agadir, também recordo o filme "Casablanca" ("Play it again, Sam") e "Um Chá no Deserto".
O fim da tarde e a noite no deserto deveriam tirar-me a fala.

As praias são uma beleza calma e azul.




Passagem por Medina Sidónia


E já à vista de Portugal, do Guadiana e do sapal.
Reparo agora que o complexo exclusivo de vivendas com nome de rei que conheci tão bem depois, estavam em construção. Excepto o "segurança" à entrada, nunca lá vi ninguém. Mesmo.


FIM, dos meus arabescos.



Monday, 7 September 2020

Andaluzia - Viagem de volta

E, enfim, voltar de Granada em direcção ao mar, descansar um pouco de tantas emoções das vistas e das cabeças.
Uma ideia antiga de que alguém me falou em tempos, longe de multidões, de Málaga, Marbella e tal. Um hotel com reminiscências dos anos 60/70, anos espaçados. Gosto dessa época, ainda de decoração um pouco barroca. Procurei pormenores da história do hotel, perto de Estepona. Não encontrei mas sabia dos jardins e relativa comodidade. Não foi fácil lá chegar, saindo das autopistas espanholas que não têm portagens.
Um belo local ajardinado, florido e sossegado



Como peço sempre, "a room with a view"...












E em frente, ao longe, a linha da costa e o rochedo de Gibraltar.


Ao fim do dia, sabe-se sempre onde fica o "Portugal à beira-mar plantado", debruçado para o Oceano Atlântico. Que ali ainda era o mar Mediterrâneo.


Andaluzia - Granada VI

E do ar e do chão, as paisagens. 
O intrincado dos desenhos, o requinte do ferro e das madeiras trabalhadas, o brilho dos dourados.















Finalmente!
Alhambra que nunca se esquece. O gosto árabe pelas águas e jardins.


Sunday, 6 September 2020

Andaluzia - Granada V

Chega-se ao Pátio dos Leões, que sabia estarem a ser restaurados. Um lugar magnífico de decoração etérea. A fonte foi construída no séc. XI e os 12 leões à volta que a sustentam, referem-se às tribos de Israel, a decoração representando também símbolos astrológicos e do zodíaco.
E isto anda tudo ligado, pelas pessoas, religiões ou crenças, e hábitos, por mais controversas que nos pareçam!






Impressionante geometria!