Thursday, 5 December 2024

Duas semanas em Lisboa 2011 - X

E já de volta a casa.

As vezes que aqui passámos e eu não sabia: encontrei hoje. Sempre julguei que estas estátuas, na área de serviço de Leiria, estavam relacionadas com "Fátima e os pastorinhos" dada a proximidade de lugares que consideram "das aparições" e tal.

Não é: o grupo é uma escultura de Francisco Simões, de 1993, chama-se "Flores de Verde Pinho" e representa três mulheres, referindo-se às cantigas de amigo de D. Dinis. A placa ao lado tem uma parte do poema "Ay flores, ay flores do verde pyno / Se sabedes novas do mev amigo". Ora, nunca fiando na primeira impressão...

 

Passando na Mealhada e as suas inúmeras rotundas
 

Em casa, companhados da Menina Vietnamita que tem, ainda, honras de primeiro plano na sala de tantas recordações.


Wednesday, 4 December 2024

Duas semanas em Lisboa 2011 - IX

Como se tinha visto no CCB notícia de exposições que nos interessavam, fomos no dia seguinte para lá. Tratava-se de Vik Muniz, artista plástico brasileiro que vive nos US. Dedica-se a executar obras com materiais estranhíssimos, lixo e restos de demolições, etc. Segundo li, é embaixador da boa vontade pela Unesco. Para mim, o interesse do artista (eu que não aprecio muito "instalações") é chamar atenção para o desperdício, para as condições do mundo, das crianças e dos mais pobres.

Uma volta pelas suas obras expostas; claro que não tive oportunidade de fotografar tudo e com legendas mas tive uma visão abrangente da sua forma de abordar os males da Terra. Notável esta forma de activismo humanitário.

No caminho dos nobres Portugueses ilustres, os do "novos mundos ao mundo", o belo Mosteiro dos Jerónimos

Esperançada em que todas as manigâncias deste "caso" (Colecção Berardo) se tenham resolvido em benefício da Cultura,
 

e da Paz, como Saramago tanto pensou e disse.

Entrando na exposição, curiosa com as referências aos materiais utilizados.


 

Lembro-me de pensar, e já nesse tempo, como murcham e subvertem os ideais...


 

Reprodução do quadro de Klimt "Morte e Vida" (1910)



 Lembrei Van Gogh, com as suas visões torturadas





Gostei muito desta espécie de "Arca de Noé" de pessoas diferentes

E pronto, saindo para a cidade,
odiando, sempre, as porcarias que alguns escrevem nos lugares públicos e património de todos...



Uma mulher que muito admiro! Das pinturas e da vida.

À noite, pizza, em comunhão familiar.



Duas semanas em Lisboa 2011 - VIII

A bem dizer, depois de tanto calcorrear ruas, andou-se a seguir à volta do mesmo lugar onde ficávamos. Procurando um equilíbrio de gostos, descanso.


Mesmo assim, fugindo o pensamento para Alentejo, jantou-se o sabor dele. O (bom)restaurante de bairro onde, nessa altura, podíamos ir.

Entretanto, esperámos a chegada dos viajantes do Oriente,

e, por isso, mudámos de poiso.

Mas não podendo estar "quietos", logo a seguir rumámos para Sintra/Colares,
e o belo sítio que conhecemos, a Praia Grande, a baía onde andaram os dinossauros, o restaurante Angra (vi agora que fechou "permanentemente") onde o mar em frente dos olhos nos despenteava os pensamentos,
parando na pequena terra situada numa várzea fértil, brumosa, junto à Ribeira de Colares, onde nadam os patos esperando os pedaços de pão dos passantes, reparando nas casas e árvores, querendo imaginar viver numa casa com jardim, arcadas e uma cameleira.



Voltando para Lisboa, passeamos nos jardins do CCB,




contentes por encher o tempo de tantas diversas estradas e paisagens. 

Os dias eram longos...


Monday, 2 December 2024

Duas semanas em Lisboa 2011 - VII

Com quatro vontades a juntar-se e oito pernas antigas adicionadas a olhos curiosos, lá fomos descobrir mais uma preciosidade.

 
Pelo caminho, quando as flores enfeitam ameias em lugares decadentes

Chegando ao pequeno Jardim Augusto Gil, gostar da estátua tão terna (autor desconhecido) de "Mãe e Filho", 1957.

E continuando, reparar no capricho destes azulejos, de loja com um nome que já não se usa.

O nosso propósito era o Bairro Estrela D' Ouro. Construído nos inícios do ano 1900, por ordem de um industrial de confeitaria, galego, - fabricante de biscoitos e mais tarde dono de restaurante(s) -  Agapito Serra Fernandes, para alojar os seus trabalhadores. Acho que, se calhar, merecia um livro, este homem e este feito. Eu, pelo menos, teria curiosidade em saber mais sobre este senhor. São 120 casas, com nomes dos seus familiares, em ruas e disposição harmoniosas.





Há pormenores deliciosos, nas escadas, nos ferros forjados, nas estrelas da calçada. Aqui lembrei-me da minha querida avó Vitória que tanto gosto tinha nos seus vasos ao pé da porta.

A casa dos proprietários é muito bonita (agora um lar de idosos), com jardim e horta, muitos pormenores Arte Nova e azulejos. Digamos que, sendo e caminhando para "idosa" e exceptuando a casa em que vivemos, era um lugar onde gostaria de acabar os meus dias. Falo do que sinto hoje que o passeio foi há 13 anos!


 


Conversamos com o guarda que lá estava: deixou-nos andar livremente pelo lugar

 
 O sol estava tão dourado que ainda fomos de novo ao Miradouro da Graça, agora dedicado a Sophia de Mello Breyner Andersen. Por ali está um busto dela e um poema sobre Lisboa que não conhecia

 

Dali, descemos serpenteando pela Mouraria, uma das escarpas das colinas de Lisboa. Faz-me impressão que o "típico" seja sinónimo de sujidade e abandono. Havia uma exposição de fotografias antigas pelas paredes. Talvez agora esteja diferente...


Gosto sempre de Bordalo!