Wednesday 12 March 2014

Passam os anos I

E o Palácio de Cristal que sempre lhe ficou o nome.
Onde as japoneiras são árvores que já me viram em criança. A brincar.
Mais velha, a namorar - que é um jardim romântico.
Por ali em frente, ia para "as freirinhas" ou para casa da tia que tinha quintal e onde havia o Miki, gato preto sedoso. Tal como as camélias, os gatos amigos da minha infância.












E espreito a bela encosta, toda virada ao rio e ao sol.










 Às vezes, os lugares calados que me falam alto.

Passam os anos

Do Inverno e na febre das camélias.
Este tempo doloroso, inacessível aos lugares que gosto, cheio de chuva.
As brancas são as mais frágeis, como se a ferrugem da água lhes caísse.
Daí que me lembre todos os anos, este tempo de cantar as flores que conhecia "de olhar".
Solto-as todas aqui.












Wednesday 5 March 2014

Nos arredores do Grande Lago VI - Moura 4

Para que Moura seja completa, não esquecer as "termas populares". Que também serviram para banhos públicos.
Nem me lembrava existirem não fosse ter visto os dois chafarizes lindíssimos, de Santa Comba e Três Bicas, e um sinal indicando um jardim mais adiante.

Entrada pelo Jardim do Dr. Santiago, lhe chamam.
Uma plataforma na paisagem. De como os primeiros habitantes da Terra sabiam escolher os melhores lugares, para habitar, para se defenderem. Ou para desfrutarem da paisagem.

 






 


Localizadas no centro da cidade, no morro do Castelo, pelo ar verdejante e airoso, dir-se-ia que o rio Guadiana, no seu inestimável manancial subterrâneo, as fez nascer.
Tão longe anda o mundo da importância da água...

Monday 3 March 2014

Nos arredores do Grande Lago V - Moura 3

Esquinas de abandono que tanto me custa perceber.





Dos sinais, o irresistível desejo de os seguir.



Pela luz de um sol
a deixar a terra amável.



Igreja e ex-Convento do Carmo (séc.XIII?)


Destino os passos, de novo para as ruas de labirinto e tantas plantas, gente que as cuida, a alegrar o passeio.






E voltar ao lugar que se conhece e aprecia, para a sopa de cação, tão alentejana.




Do Jardim de Gago Coutinho (Jardim dos Mal Encarados... nome dado pelo povo, pela fraca iluminação que tinha!) fala Urbano Tavares Rodrigues, filho da terra, no seu livro "Bastardos do Sol".
Já o tinha fotografado antes, de dia e olhando maravilhada o Hotel, com as suas estátuas no azul e azulejos. Tantos lugares para ver...




Mas saindo de Moura, uma outra vez, receando o anúncio duma terrível trovoada, realizou-se o espectáculo de frente no caminho para o horizonte, coberto de nuvens negras e raios.
Nunca se perde, contudo, a vontade de voltar.





E por lembrar "essa sensação de voltar", ao menos no pensamento, faltam-me as Termas para que esta terra tão longe e tão aninhada entre oliveiras e campos, fique completa.