Tuesday 8 September 2020

Andaluzia - Viagem de volta I

Na volta dos poucos e intensos dias, ainda se parou em Tarifa, o ponto mais meridional da Europa, em frente a Tânger. Agora com as crises dos refugiados, nem pensar em atravessar. Mas confesso que, na ocasião, me deu uma certa mágoa não poder pôr um pé em África. Sentir as cores, as diferenças. Tal como me lembro de ouvir falar, em 1960, do terrível terramoto em Agadir, também recordo o filme "Casablanca" ("Play it again, Sam") e "Um Chá no Deserto".
O fim da tarde e a noite no deserto deveriam tirar-me a fala.

As praias são uma beleza calma e azul.




Passagem por Medina Sidónia


E já à vista de Portugal, do Guadiana e do sapal.
Reparo agora que o complexo exclusivo de vivendas com nome de rei que conheci tão bem depois, estavam em construção. Excepto o "segurança" à entrada, nunca lá vi ninguém. Mesmo.


FIM, dos meus arabescos.



Monday 7 September 2020

Andaluzia - Viagem de volta

E, enfim, voltar de Granada em direcção ao mar, descansar um pouco de tantas emoções das vistas e das cabeças.
Uma ideia antiga de que alguém me falou em tempos, longe de multidões, de Málaga, Marbella e tal. Um hotel com reminiscências dos anos 60/70, anos espaçados. Gosto dessa época, ainda de decoração um pouco barroca. Procurei pormenores da história do hotel, perto de Estepona. Não encontrei mas sabia dos jardins e relativa comodidade. Não foi fácil lá chegar, saindo das autopistas espanholas que não têm portagens.
Um belo local ajardinado, florido e sossegado



Como peço sempre, "a room with a view"...












E em frente, ao longe, a linha da costa e o rochedo de Gibraltar.


Ao fim do dia, sabe-se sempre onde fica o "Portugal à beira-mar plantado", debruçado para o Oceano Atlântico. Que ali ainda era o mar Mediterrâneo.


Andaluzia - Granada VI

E do ar e do chão, as paisagens. 
O intrincado dos desenhos, o requinte do ferro e das madeiras trabalhadas, o brilho dos dourados.















Finalmente!
Alhambra que nunca se esquece. O gosto árabe pelas águas e jardins.


Sunday 6 September 2020

Andaluzia - Granada V

Chega-se ao Pátio dos Leões, que sabia estarem a ser restaurados. Um lugar magnífico de decoração etérea. A fonte foi construída no séc. XI e os 12 leões à volta que a sustentam, referem-se às tribos de Israel, a decoração representando também símbolos astrológicos e do zodíaco.
E isto anda tudo ligado, pelas pessoas, religiões ou crenças, e hábitos, por mais controversas que nos pareçam!






Impressionante geometria!

Andaluzia - Granada IV

É curioso, as coincidências que me surgem do nada. Peguei num livro antigo à sorte, há uns tempos: "Leão, O Africano", de Amin Maaluf. Ao mesmo tempo, andava por aqui, a sistematizar recordações de viagens. Ora o livro começa, precisamente, em Granada, o protagonista e a família, muçulmanos, vêem-se obrigados a deixar a cidade, depois do cerco e conquista dos Reis Católicos espanhóis. E assim, há referências históricas, de hábitos e de lugares que me levam, num corrupio, do passado para o presente.
Este rebuscado presente que aqui desfio, com alguma emoção, pelo fio contínuo dos dias passados sobre as coisas e as pessoas, novas e velhas.
Não se procuraram nomes, locais famosos como a "alcova do sultão"... além de muita gente por todo o lado, não havia "horas" que bastassem para isso: das 12h às 17.00h, sempre a andar. Tudo se pode aprender, ou apreender, com o olhar atento e curioso.
Sei, por exemplo, que a caligrafia árabe e citações do Alcorão, se encontram espalhadas pelos painéis e paredes, portas ou recantos. Por vezes, apareciam-me, definidas.




















Um escritor romântico. Como nesse lugar se é invadido pelo romantismo!