Monday 17 April 2023

Em Lisboa por uns dias VIII

O último dia desta série sentimental/documental!

Atravessa-se a cidade, passando pelo início belíssimamente airoso do Parque Eduardo VII, onde se pintava o Outono, rumorejando nas folhas.


Sem a luz-azul-boa de Lisboa, mesmo assim é um caminho lindo, até ao Marquês de Pombal e seguindo a Av. da Liberdade até aos Restauradores. Pelo que fui lendo, a Avenida da Liberdade tem 1100 metros de comprimento e 90 de largura. Está em 35º lugar nas avenidas mais caras do "mundo" e eu bem sei, que depois lhe fui distinguindo as lojas, as marcas, os hotéis estrelares. Os olhos desafiam as distâncias, até se ver o outro lado do rio Tejo.

(com muita vontade que fosse "revisto" ou arejado o nome do Cardeal na alameda do topo da avenida, um íntimo da mantinha aconchegada nas pernas com o Salazar e as suas congeminações durante o Estado Novo. Como morreu tarde ainda teve "o desgosto" de saber da Revolução dos Cravos em 25 de Abril de 1974!) A escultura comemorativa da nossa querida data, que gerou controvérsias semânticas e outras, foi feita por Cutileiro e ali colocada em 1977. Eu gosto dela, imponente a pedra sobreposta, o colorido e a água que lhe corre indisciplinada.


Aprecio o espaço chamado Jardim Amália Rodrigues, com a estátua "Maternidade" de Botero e, nesta sequência de fotografias, até sorri porque passou o avião e mãe da escultura parece olhar para ele! Acima, os edifícios do Palácio da Justiça e outros "juízos" em lugares que a gente se farta de ver passar nas tvs, com os advogados de pasta e ofício

E terminando a estadia, na varanda de Campo de Ourique onde a paisagem era sempre tão bonita!

 


Saturday 15 April 2023

Em Lisboa por uns dias VI

Finalmente. e ainda no Palácio Quintela-que-era, dou aqui conta das diversas expressões urbanas que me impressionaram, com visão, com leitura e tudo. 

Esta forma de plantação interior pareceu-me "um hospital" de vegetais, com os seus sacos de "soro"...

E podia deixar-se mensagens
O interior de uma estação de Metro de Lisboa, que vagamente reconheci, com as sombras anónimas em movimento que todos somos
As viagens-imagens sobrepostas e eu atenta a tentar perceber de onde eram



Ora o tal de facecoiso já em destaque



Estas imagens comoveram-me: os nossos emigrantes e Nossa Senhora de Valise

No sótão, a parte delirante

As bonecas Zapatistas do México, como mensageiras e símbolos da cultura indígena



Já na descida,
depois de espreitar a noite de Lisboa
Para que servem "os palácios" em Democracia?


Friday 14 April 2023

Em Lisboa por uns dias V

Percorrendo as salas e os pormenores delas:













 


De como achei lindas estas silhuetas de peixes no vão das escadas!


Wednesday 12 April 2023

Em Lisboa por uns dias IV

Dá-me alguma estranheza este revisitar a história e os lugares. As memórias dos passos, dos gestos e do que me chamou a atenção nestas décadas passadas. E à procura de informações, que na altura não tinha ou eram mais superficiais e/ou apressadas, encontro coisas como que em "escavações": e sai um palácio, cheio de referências de séculos, que se visitou. Naturalmente onde nunca mais porei os pés! 

Estas curiosidades, que encontro agora e se ligam a outros momentos, são fascinantes. Esta foi uma visita ao Palácio Quintela, ao agora Palácio Chiado, ao presentemente "Food & Art"... restaurante de ultra-finura, até o nome em inglês lhe dá estatuto. O Palácio Quintela é do séc. XVIII, variada a história da construção que lhe é atribuída. Pertenceu a Joaquim Pedro de Quintela, 1º conde de Farrobo. A graça e a reminiscência que tem o nome: dado que o senhor conde era muito dado a excessos vários, nomeadamente festas e festins, ainda hoje (e bem me lembro em miúda de o ouvir!) se diz um farrobodó quando a coisa descamba. E outra ligação ideia/palavras: o malfadado general Junot ali se aquartelou, em 1807, aquando das invasões francesas. Também por isso se diz à grande e à francesa quando se fala em altos gabaritos e excessos. De que os franceses, como se sabe, eram grandes apreciadores; além de invasores, foram saqueadores e ladrões.

Bem, chegados ali à porta, se viu anúncio de um Festival Internacional de Cultura Urbana. Ora como estas coisas, e outras, dão aso a que se visitem lugares tantas vezes interditos ao público, lá se entrou. E valeu a pena. Pelo lugar e também por muitos pormenores explorados na exposição. Deixarei aqui a lembrança de ambos.




Uma piada num recanto de elevador!

Eu sou "suspeita" para falar de artes em "instalações" porque sou mais para o convencional e aprecio muito descobrir a normalidade/beleza dos quadros ou esculturas. Esta exposição chamava-se "Nómadas Urbanos" e era dito um Festival Internacional de Culturas. E sem dúvida que houve coisas e ideias de que gostei muito, por exemplo os mapas abaixo, com as intersecções de lugares e viagens. 

É que até andei uns tempos a pensar em pegar num mapa do Porto e marcá-lo assim, com os sítios onde passei ou permaneci. Porque sei - de mim, interior - que fios ou ligações são inúmeras. Dariam as linhas do meu infortúnio de estar sempre em lugares de conexões ou cruzamentos a que não pude fugir.


Há os muitos apontamentos de viagens que fui lendo enquanto o meu pensamento voava ao sabor dos nomes: sem dúvida que se viaja com a sugestão...



Irreverente e sugestivo!


Até nos quartos de banho...