Thursday 30 July 2020

Andaluzia - Córdoba

Córdoba foi uma inesperada descoberta. Uma cidade calma e arborizada, com recantos muito ligados aos seus habitantes anteriores. Bem explicada, a mistura de povos que por ali passou: escrito na pedra, basta estar atenta e "ler".
Foi um povoado (de quem? nem consigo seguir tantos sinais!) que no ano 206 a.C. foi conquistado pelos romanos. A Hispânia Bética onde se pode ver, e andar por ela, a antiga ponte romana sobre o rio Guadalquivir.





O que gosto tanto de espreitar ... os pátios, onde me parecem esvoaçar véus e mistérios


Em 716 dá-se a invasão da Península Ibérica pelos muçulmanos. No século X a mesquita foi erguida por eles, num espaço e sumptuosidade enormes, sendo Córdoba, à época, capital do reino do El-Andalus até ao séc. XII. Li que no ano 1000 tinha 450.000 habitantes e foi das primeiras cidades a ter iluminação pública.
Foi transformada em catedral cristã no século XIII. Felizmente, sem a desvirtuarem na sua totalidade, podem-se observar as diversas fases das civilizações, entre pórticos e tectos mouriscos, frescos e estátuas cristãs. E é tão bonita esta convivência!




As duas faces da religião: os arcos e tecto árabes, a cristandade e os santos logo ao lado


Com a atenção sempre dispersa... estes dois arcos tão diferentes existem quase lado a lado

Encontrando num recanto Maimónidas, um intelectual judeu, médico e filósofo do séc. XII
E Séneca, filósofo e orador que nasceu nesta cidade no ano 4 a.C.

E por fim, um belo edifício, um hotel, de arquitectura simples e arrojada: as placas que o recobrem são de metal reciclado? com ferrugem. Li na ocasião em que se baseou esta ideia, explicação que já não encontro - só "turismo", as piscinas, os terraços, os quartos, os preços... Mas pronto, não desdenhava poder lá ir para saber MAIS!



Tuesday 28 July 2020

Serpa, Córdoba, Granada 2008

Nunca farei ou escreverei um livro. sobre a minha vida, eventos e curiosidades, alarmes e alegrias; ou destas viagens, tão à sorte como a minha (sorte).
Porque é impossível: de tanta publicação, há muitas coisas que tenho a sensação de repetir.
Como decidi sistematizar (neste tempo terrível de isolamento e introspecção), a partir das minhas colecções no computador, "Viagens" e as fotos delas, ficam apontamentos desta jornada gloriosa: Junho 2008, indo para Serpa e seguindo para Córdoba e Granada.
(tive um amigo muito próximo que me falava sempre neste triângulo: Sevilha, Córdoba e Granada. Que deveria lá ir, que condizia comigo. Demorei mais de 40 anos a fazê-lo)
Serpa, retomada ao fim de anos mas sempre desejada! Pelo sossego, pelo traçado das ruas, pela limpeza, pelos pormenores simples, pelo castelo, as muralhas, os campos, as oliveiras - ah! as oliveiras... - os espaços para estar e sentar, as pessoas, os caminhos para lugares míticos.
Dizendo de Serpa: apenas... que gosto sempre de voltar.

Estes campos que nunca mais vi com tal esplendor!
 




E andando para Córdoba...

Onde a noite.

Monday 27 July 2020

Madeira 2008

De tantos milhares de imagens e apontamentos, certamente já elaborei sequências nos meus blogs destas duas viagens, no primeiro semestre de 2008: Madeira e Andaluzia.
Lugares maravilhosos, com os meus olhos espantados e (alguns dos) sonhos realizados.
Madeira e porque adoro ilhas, essa espécie de solidão no mar...
Passo apenas apontamentos de lugares, flores e paisagens.
Lisboa em outras eras quando nos era acessível (ainda) ficar num hotel: um privilégio que hoje tanto aprecio!
E Lisboa redonda, no alto
com este contra-luz maravilhoso do estuário do Tejo, a silhueta da ponte 25 de Abril, a costa até ao Sado...
E da terra-continente se fizeram as ilhas, ao largo, como navios num mar imenso, num horizonte de castelos em nuvens

Aprendi muita coisa sobre flores e a sua exportação. Aqui em visita ao Jardim Botânico que, sendo em socalcos e pensado desde 1881 (jardins que pertenciam à família Reid, a sua Quinta do Bom Sucesso), tem uma flora magnífica, incrível (só vendo...) e vistas deslumbrantes sobre a cidade do Funchal e o mar.
E por falar em Reid... surgiu-me uma fotografia na passagem do Hotel Reid. Uma das coisas que me espantou - e duma forma negativa, pela desorganização da paisagem - foi a construção desenfreada em torno da capital e nas colinas próximas. Algumas grotescas.
Li algures que em 2016 a Madeira recebeu/alojou mais de 1,2 milhões de turistas!

Pelas flores como aves do paraíso...









Uma exposição de espantalhos ao ar livre. Trompe-d'oeil.
Com estranheza relembrei agora: tal como a companhia dessa viagem, uma miragem, uma pintura irreal, de pessoas de quem não sei há anos. Nem diferenças culturais tínhamos, pelo contrário. Espanto-me é com "as diferenças sociais", os patamares a que se elevam ou descem, serem tão importantes nas clivagens entre as pessoas que se conhecem há décadas.




A ida ao Mercado, entre flores, peixes e frutos que nunca tinha visto. Nem provado. Uma aventura de cores!






Em vários passeios. Infelizmente, apanhámos uma enorme tempestade que limitou muito a visão dos lugares. E, se calhar, nos obrigou a um convívio "demasiado estreito" - atreito a atritos.



Sinto, profundamente, que tanto fica por explicar, procurar origens, observar de novo...
Insisto nesta ideia: trompe-d'oeil,
das pessoas, da natureza...