Saturday 28 November 2020

Lisboa XI - Gulbenkian

Ah... os jardins! as árvores de que vagamente sei o nome (fui tarde para aprender, eu que tanto gostava de Ciências Naturais, Desenho, Português, História). 

Por vezes, muitas, sinto uma grande nostalgia com o tempo perdido (de emprego) em que estudei em pormenor, em português, francês, inglês, nomes, texturas, fios, máquinas até ao parafuso..., processamentos: estudei mesmo, mais de 30 anos. Em vez de livros, plantas, pedras, artistas, história. O tempo livre era tão pouco! 

Mas aqui estão as azáleas, ao menos


Os juncos











Será por isso mesmo que, nesta idade pueril de voltar ao que fui perdendo, goste tanto e tanto destas coisassoltas que são os ramos da minha árvore primordial.


Do alto da minha torre.


Friday 27 November 2020

Lisboa X - Gulbenkian

Visitámos pela primeira vez este lugar nos anos 70, com um amigo, o A. Lembro-me de lhe ter dito

- Nunca nos tinhas falado desta Fundação, isto é como "lá fora"! 

(porque "lá fora", Londres, era o meu termo de comparação para a beleza e a estética de museus e jardins.)

A Fundação Calouste Gulbenkian tem uma História, com letra grande. Sempre que se pode, vai-se lá, ao menor dos pretextos... Pode ser apenas um ponto de encontro ou uma exposição ou somente um passeio. Uma obra de orgulho sem preconceito, que é aberta, acessível, encantadora, pacífica. O edifício, os museus, os jardins. Um dos arquitectos e paisagistas que logo fixei - morreu há dias - foi Gonçalo Ribeiro Teles. Em boa hora se ultrapassaram tantos obstáculos e entraves do "estado" que havia então.

Uma colecção de arte única no mundo. Nos seus estatutos, a Fundação refere a Arte, Beneficência, Ciência e Educação. Parece-me bem! E quantas vezes me deparei com o mecenato desta organização em tantos sectores e artistas. Que pensamos nós, os pobretes e alegretes, sempre tão modestos, sempre tão mais ou menos, como o "botas"?

Deixámos a casinha e a paisagem com a certeza de voltar. 

Fomos ao encontro de M., ver uma exposição de "Toldos de Artistas", de várias partes do mundo, desenhos estampados em tecidos que rebrilhavam ao sol, naquele dia tão bonito.

Eram muitos e todos eles originais. Os efeitos de luz e sombra. Logo a seguir e em casa, com os meus preciosismos, fui distinguir "de onde" eram os artistas: de cá, do Brasil, Moçambique, Turquia, Londres, Hong Kong. Uma ideia muito bonita.







 

Ainda "orientalizada" pelo que tinha visto no dia anterior, adorei estas crianças que flutuavam na brisa ligeira como se respirassem, como se sonhassem.










Wednesday 25 November 2020

Lisboa IX - Fundação Oriente

Na visita e continuando com a representação das máscaras, chega-se à beleza dos trajes, altares, figuras religiosas e "sombras chinesas" dos teatros

Esta "Mulher Velha" é extraordinária!

E aqui, a impenetrabilidade da expressão
Um cenário de rio
 

Esta espécie de banda desenhada das mãos, com tantos pequenos pormenores e símbolos...




As marionetes

E, finalmente saindo para um teatro real, o das ruínas, que tantas vezes me chamam a atenção. Onde? nem sei, há tantas que eu fotografo de passagem!


Tuesday 24 November 2020

Lisboa VIII - Fundação Oriente

Foram 10 dias de estadia em Lisboa, os donos da casinha emprestada tinham ido de férias. E por isso foram tempos e dias extensos, com os vários amigos que conhecíamos. Deste dia, com J., a Fundação Oriente.

Em Alcântara, num antigo armazém de bacalhau, edifício de 1940. Tenho uma particular estima por estas recuperações, dos velhos prédios do tempo do Estado Novo: confesso apreciar a solidez e o despojamento das linhas a direito. Já me aconteceu pensar o mesmo ao ver escolas primárias, ou quartéis, ou casas de guarda-florestal. Não eram "pavilhões" amovíveis, estavam ali para durar! 

Aconteceu-me no ano 2000, nos passeios pela Serra d'Arga e arredores: chegou-se a um sítio e senti algo de extraordinário. Saí para ver - ainda a tenho na memória: uma escola tão bonita, abandonada, com o recreio largo e árvores, grandes salas e amplas janelas. Numa pequena encosta e, ao fundo, uma grande extensão de azul: o mar!

A Fundação do Oriente surgiu em 1988, com a ligação à nossa "possessão" de Macau, o Museu do Oriente foi ali integrado em 2008. Seria, portanto, um projecto bem recente, na altura em que o fomos ver. Uma mostra de peças alusivas à presença dos portugueses na Ásia e da colecção de Kwok On (complicada a história deste coleccionador mas a verdade é que aqui veio parar!), que abrangem o teatro, música, dança, ópera, cultura e religião.

Para mim, um encanto, todas aquelas figuras do outro lado do mundo. A máquina fotográfica que se porta tão bem no "wild side", ficou muito limitada pela luz e reflexos lá dentro. Mesmo assim, guardei esta minha "colecção" preciosa.













Retive no meu olhar esta representação de nascimento?
e a "cara de nariz torcido", expressão que muitas vezes ouvi dizer à minha avó!


Ainda não tinha o hábito enraizado de tirar fotografias a todas as etiquetas que acompanham "os quadros". E por isso se encontram dispersas aqui as várias formas e lugares, de cantões e sítios que nunca tinha sabido existirem. Não me chegava outra vida para apreender e ver tudo o que gosto!