Tuesday 24 November 2020

Lisboa VIII - Fundação Oriente

Foram 10 dias de estadia em Lisboa, os donos da casinha emprestada tinham ido de férias. E por isso foram tempos e dias extensos, com os vários amigos que conhecíamos. Deste dia, com J., a Fundação Oriente.

Em Alcântara, num antigo armazém de bacalhau, edifício de 1940. Tenho uma particular estima por estas recuperações, dos velhos prédios do tempo do Estado Novo: confesso apreciar a solidez e o despojamento das linhas a direito. Já me aconteceu pensar o mesmo ao ver escolas primárias, ou quartéis, ou casas de guarda-florestal. Não eram "pavilhões" amovíveis, estavam ali para durar! 

Aconteceu-me no ano 2000, nos passeios pela Serra d'Arga e arredores: chegou-se a um sítio e senti algo de extraordinário. Saí para ver - ainda a tenho na memória: uma escola tão bonita, abandonada, com o recreio largo e árvores, grandes salas e amplas janelas. Numa pequena encosta e, ao fundo, uma grande extensão de azul: o mar!

A Fundação do Oriente surgiu em 1988, com a ligação à nossa "possessão" de Macau, o Museu do Oriente foi ali integrado em 2008. Seria, portanto, um projecto bem recente, na altura em que o fomos ver. Uma mostra de peças alusivas à presença dos portugueses na Ásia e da colecção de Kwok On (complicada a história deste coleccionador mas a verdade é que aqui veio parar!), que abrangem o teatro, música, dança, ópera, cultura e religião.

Para mim, um encanto, todas aquelas figuras do outro lado do mundo. A máquina fotográfica que se porta tão bem no "wild side", ficou muito limitada pela luz e reflexos lá dentro. Mesmo assim, guardei esta minha "colecção" preciosa.













Retive no meu olhar esta representação de nascimento?
e a "cara de nariz torcido", expressão que muitas vezes ouvi dizer à minha avó!


Ainda não tinha o hábito enraizado de tirar fotografias a todas as etiquetas que acompanham "os quadros". E por isso se encontram dispersas aqui as várias formas e lugares, de cantões e sítios que nunca tinha sabido existirem. Não me chegava outra vida para apreender e ver tudo o que gosto!


1 comment:

M. said...

Não sou apreciadora deste tipo de obras, não sei explicar o que sinto ao vê-las, talvez qualquer coisa como rejeição física, algo que me incomoda, toda eu me sinto "apertada" por dentro, a boca contraída.