Tuesday 29 August 2023

10 dias - Sintra/Lisboa IV

"Não há machado que corte/a raiz ao pensamento...", poema de Carlos de Oliveira, cantado por Manuel Freire, em 1968. Daí que se tivesse pensado na tal caminhada... um acaso ter sido iniciada nesse ano de 68, reparo agora! Dizia o aviso: 6 km até ao Cabo da Roca mas, com subidas e descidas, calculo muito mais caminho.

Os lugares de sonho, as casas dele...
Uma antiga colónia de férias da CUF, anos 50, lá para as arribas. A chatice é procurar informações actualizadas e encontrar o "desagrado meu": diz que vai ser transformada num hotel de muitas, cinco, estrelas e "espa" e tudo o mais... (mais vale do que estar a cair?... mas não há nada que seja recuperado para fruição na normalidade das pessoas comuns? É que somos muitos.)



Os caminhos molhados e escorregadios entre canaviais selvagens,
num de repente se estava em cima do monte das pegadas dos dinossauros, a rocha a pique que se vê da praia, sem que nos atrevêssemos a aproximar, lugares tão abandonados e inseguros


 

Pela indicação, ou li algures em tempos, esta casa escondida nos recessos dos montes, pertenceu a Sophia??? tal o poema a descreve. Ou alguém desta casa o pensou, poeticamente. Ou serviu para alimentar a minha imaginação.


Assomava a paisagem para norte, ao longe, nas clareiras da mata rasteira






O que se pensou ver e me parece pelas imagens agora encontradas: miradouro da Praia do Caneiro, muito de longe

Os obstáculos a contornar

Chegada à Praia da Adraga,

para continuar, subindo e encarando na paisagem o lixo de construções...


Ao longe, já o Cabo da Roca, onde se iria parar e retemperar forças

Do mar a limpidez, da serra o segredo das nuvens: lá no alto, navegando na bruma, o Santuário da Peninha, lugar que me enche a imaginação

 

Já Luís de Camões o sabia!

 

Esta placa é uma lembrança ao filósofo e guru indiano, emigrado nos States, activista "destas coisas", Sri Chinmoy (1931-2007), sobre lugares inspiradores da Paz. Neste caso, o impressionante lugar onde está situado o Cabo da Roca. E pela PAZ, é bom lembrar TUDO!


Nem sei que voltas se deram para chegar a uma paragem de autocarro... mas foi assim a volta, por todas as aldeias da serra.

***

Aditamento, e como não posso intercalar outro post; reparei em 12.10.2023, nos meus andantes "à la recherche do tempos perdu", como dizia hoje a M., encontrei várias fotos da caminhada, tiradas com outra máquina! Se são repetidas, não sei, não dá para "verificar" tudo. Mas penso serem outros olhares, luz, ou ângulos: saída pela manhã






















E a chegada, de novo às arribas, depois das 18h da tarde.