Tuesday 29 March 2022

S. Pedro do Sul 1

Nas visões que tenho destas minhas "pastas de arquivo" cheias de fotos/recordações, estava ansiosa por chegar a... S. Pedro do Sul! Que é cidade, cujo Inatel se chama (agora?) Palace e foi construído no séc. XX, que tem já 3 hipermercados, além de várias unidades turísticas e rurais à volta. Decidiu-se marcar uns dias no tal turismo social que era para trabalhadores em tempos recuados (havia programas vários conforme os rendimentos), e agora é "uma agência de viagens" como outra qualquer, para quem puder pagar.

Chovia que se fartava, S. Pedro do Sul fica para o interior da Beira Alta, no vale de Lafões, entre serras, da Freita, da Arada e S. Macário. Por isso nem sei dizer em que estradas se passaram pelos montes adiante. Vai-se vendo nos intervalos das nuvens corredoras, pelas horas...



Se estivemos no alto de S. Macário não sei!


Chega-se ao hotel, passando pelos complexos termais

O que li é que as termas eram célebres há 2 mil anos e os romanos eram grandes apreciadores do local. Que por lá passaram vários reis e rainhas, D. Afonso Henriques no séc. XII, a banhos, depois da batalha de Badajoz, em 1169. Também vi agora que o balneário romano foi entretanto recuperado das profundezas e é muito interessante. Neste "Abril descontente" não me importava nada de rever tudo isso...


Apesar de situado num labirinto de corredores e escadas, a vista do quarto era interessante

A sala de jantar


Bonito e acolhedor!


Monday 28 March 2022

4 dias em Lisboa 3

Atravessar o Jardim da Estrela onde se passeava tantas vezes - e se deixou de ir.




 

Os sinais da solidão e abandono, iria ver vários nesse dia. O que sempre me dá uma sensação de desconforto, vergonha, a mim.



A Procuradoria Geral da República. O edifício e as esculturas do Palácio de Palmela, séc. XVIII, que penso já descrevi algures nestas coisassoltas. Vi agora que as duas esculturas que ladeiam a porta são a Força Mental e o Trabalho, e reparei que as faces pensativas emergem de uma pele de cabeça de leão, com dentes e tudo! A justiça como a imagino, cheia de questões, encobertas, ferozes, semânticas e não só.

Do passeio a pé se passa no Jardim Botânico, de novo-me-movo entre as amigas árvores


E espreito as lagartas e as borboletas



Iria jurar que o ouvido do tronco velho "ouve" a música...


A efemeridade: em breve, se andará pé ante pé, com um saquinho na mão... pobres de nós, os mais velhos, os solitários na velhice. Os que, tais como as crianças, deveriam merecer todos os cuidados. E ao fundo mais um homem deitado aleatoriamente num banco de rua. Vem-me à ideia a Santa Casa da Misericórdia, as obras sociais, os dirigentes-administradores, os jogos de milhões.

Acaba-se o passeio na origem dele, cercanias de Campo de Ourique, onde encontrei esta inscrição que desconhecia. 20 milhões de anos, de antes, nos separam deste local, agora.




Sunday 27 March 2022

4 dias em Lisboa 2

Um dia cheio! Assim de repente, penso que se esteve com mais de 40 ou 50 pessoas diferentes... 

Encontro com uma amiga que se perdeu, nas "arqueologias" da memória, a FB. Ida a uma reunião alargada de conhecidos e apresentação de um livro da TD, mais uma, esta perdida nos enredos das letras e personalidades histriónicas... Encontro com a FC que se foi buscar à estação. Celebração dos anos do A., o MD, que já não se encontra neste mundo: era um homem adorável e culto.

Apontamento da magnificência e da humildade, da presença e da ausência.



À noite, encontro de família alargada para comemorar um aniversário.

Com esta minha maneira de ser - no fundo do meu mundo, estranha e esquiva - não foi tempo devidamente apreciado, nos seus pormenores tão e tão diferentes. Prefiro a natureza "das coisas". O âmago ou o intrínseco.

 


 

4 dias em Lisboa 1

Uns dias mais, em Lisboa, para estar com família e amigas. Pretextos. Dessa vez, nas minhas ideias "peregrinas", alugou-se uma "casa" na zona de Campo de Ourique. Isto, que já foi há 12 anos, me faz agora, e com outras informações que fui colhendo/vendo nestes anos, pensar na quantidade de casas vazias e negócios que fogem ao panorama económico: ganhas dinheiro/pagas impostos. Não havia ainda as "novas oportunidades" dos bis-enes-bis. Tudo se passa na sombra de quem pode fazê-lo e de quem precisa de "apertar o cinto" (enquanto outros o alargam). Por isso e de certo modo, preferia alugar hotel não fossem os preços exorbitantes que se praticam - mesmo quase vazios... -, ou ficar em casa de alguém conhecido. Parece-me que quanto mais envelheço menos percebo do mundo, das pessoas e suas motivações!


Como acontece pedir/procurar sempre "vistas", neste caso era um jardim interior do prédio, o que dava um ar mais agradável quando se vinha às janelas. Era, contudo, um andar situado "em cima" de uma garagem de reparações pelo que, nos dias ou horas de trabalho, era difícil lá estar. Evidentemente que a dona não nos deu essa informação.

 Não sei quando a vergonha dos interesses passa para a transparência nos negócios...

As capulanas e as cores bonitas trazidas de longe

E a Estação Elevatória dos Barbadinhs - Museu da Água, entre brasões, nomes de quintas e conventos do antigamente. Nesse dia, a RM telefonou a dizer que tinha morrido a Kitty e tivemos um grande desgosto, tanto mais que me passou pela cabeça que a gatinha tinha escolhido morrer quando não estivéssemos em casa. Coisas minhas.

Havia camélias cá fora e muito que ver lá dentro, deixo apenas apontamentos de lembrança.




Por curiosidade, o nome da elegante igreja do antigo convento: Nossa Senhora da Porciúncula.


Deixei para o fim o verdadeiro motivo por que se foi ali: uma exposição de quadros de um pintor, ainda da família de uma das amigas. Este em especial porque me lembrou Turner.