Tuesday 30 March 2021

As (irresistíveis) Camélias de colecção

Como nunca me canso delas... e estas são "antigas" e diferentes... digo para mim mesma que sou livre de recordar e projectar aqui essas belas recordações!

Exposição de camélias no Palácio de Cristal, onde as variedades menos comuns me atraíram. Gosto de as ver ao ar livre, descobri-las entre os ramos, mas aqui estão juntas e dispostas como enfeite. E por isso,  ficam nestes apontamentos, de factos repetidos e anos passados. Das mais diferentes cores e formatos.

De impossíveis tons de rosa








De vermelhos vários
 




As brancas e as "outras"









E as amarelas, tão raras de encontrar


Algumas lembram-me "As bailarinas" de Degas, todos os seus quadros de flutuações, de mulheres e tules esvoaçantes. Um palco no olhar.


Monday 29 March 2021

O rio e entre eles

A estrada para Entre os Rios é minha conhecida há muito, muito tempo. Um dos amigos de juventude tinha um carro e lá nos enfiávamos, desenfiados...Sinuosa mas de grande beleza, dela sempre apreciei a paisagem e as casas dos anos 60/70.

O pretexto foi, desta vez, ir comer lampreia e sável, a um pequeno restaurante de estrada. Também conhecido das comemorações de empresa: uma forma de estarmos juntos e saborear as novidades da época. Porque estes bichos têm "uma época" de ser pescados, quando sobem os rios para desovar, pelo fim do Inverno e início da Primavera. Não aprecio particularmente estes manjares, acho interessante serem sazonais e, portanto, comidos por excepção. E a viagem é linda!


 Paragem num café de beira-rio, tão aprazível, debruçado no Douro. Desapareceu algum tempo depois.

Ali se ficou um bom bocado, em sossego, vendo a passagem dos patos na barragem de Crestuma-Lever

E a pesca do sável
Continuando,
chega-se a um lugar de má memória: em 4 de Março 2001, deu-se a tragédia da ponte de Entre os Rios (Douro e Tâmega). Um dos pilares desabou, caindo um trecho da estrada literalmente para o rio, arrastando uma camioneta cheia de gente e três carros que ali passavam. O ministro do Equipamento Social demitiu-se - e lá seguiu o seu, curioso, caminho! - mas nunca chegaram a nenhum resultado conclusivo ou apontaram nomes de responsáveis. Pela extracção de areia do leito do rio, se constou. Fez-se um "memorial", com o nome das vítimas e um anjo pensador.


Hoje que escrevo, já passaram 20 anos e a mim parece-me na semana passada. 

Sai-se da estrada da beira rio e sobe-se na paisagem, passando pelo Inatel, na altura meio abandonado.


A "tasca" manteve-se, penso pelo que leio, um pouco tosca mas com a seriedade teimosa de quem fez destes lugares uma aposta de vida. Mãos de trabalho e o ilusório descanço que o álcool dá.




Deixo os cozinhados de lembrança


e o aquário de lampreias vivas mais o sável fresquíssimo


Wednesday 24 March 2021

Pelos primeiros meses do ano 2009

Depois da sempre receada há quantos anos, e ainda, ida ao hospital, apontamento de uma casa que reconheço dos meus tempos de menina. Por ali vivi e reparava nas clarabóias, as que dão luz colorida nas escadas dos prédios antigos e altos. Sempre elegantes; e as gaivotas agora na cidade, vigilantes.

Ainda no início do ano, a ida a Lisboa, jantar alentejano na "Trempe" e o aniversário em família.


O colorido, a companhia e o bolo caseiro


Andar à volta da rua e descobrir, sempre, outros lugares. E como encontro "pedaços de mim" por onde ando... as vezes que falei e tratei de assuntos com gente daquela embaixada, ali mesmo!

Depois de 9 anos sem emprego e tantos os sustos, havia que arrumar papéis, livros, discos e Dvds, "os bem amados" que me sobram sempre.
Ida a Vilar de Allen para passear e ver as camélias. Um lugar que fala do passado "dos ricos" no Porto, uma quinta bonita, árvores antigas e com a luz do rio.


E as camélias que trouxe cuidadosamente, do chão, postas numa taça na mesa.