Saturday 15 August 2020

Andaluzia - Granada I

Alhambra é um fascínio.
Em língua árabe quer dizer "vermelha" e sem dúvida que o tom peculiar de algumas das pedras dos muros de defesa faz justiça ao nome, especialmente se se vê com o sol já a declinar.
É uma grande fortaleza/cidade medieval, construída pelos árabes Nasridas para instalar o seu belo palácio, no cimo da colina La Sabika, que domina o vale da cidade de Granada e o bairro Albaicín. Com edifícios reais, tanto dos muçulmanos como posteriormente dos cristãos, pátios e lagos, fontes, terraços e pomares. Sublime.
De notar que a rede hidráulica de abastecimentos de água à cidade foi criada durante a época muçulmana, a partir dos vários afluentes do Guadalquivir, como o rio Genil.
De tantas reconstruções e transformações, de pilhagens (napoleónicas), ficou-lhe mesmo assim uma grandeza que se desdobra em paisagens e maravilhas arquitectónicas.


O jardim da villa Generalife, hortas e jardins de lazer











Parte lateral do Palácio de Carlos V construído em 1527, e a fila para ver "O Leão" restaurado. Soube assim que o famoso Pátio dos Leões, onde se irá passar mais tarde, estava em recuperação e "sem leões".
Mas sempre se procurou andar e ver o que era possível, evitando os ajuntamentos - que eram muitos!


Friday 14 August 2020

Andaluzia - Granada

"Granada,
tierra soñada por mi" - Mário Lanza, cantada em 1949, ouvia-a quando era muito pequena.
Onde foi assassinado Frederico Garcia Lorca, em 1936, o que soube evidentemente muito depois.
De onde aprendi a "Balada del que Nunca Fue a Granada" poema de Rafael Alberti, cantado por um dos meus ídolos de juventude, Paco Ibañez:
"Qué lejos por mares, campos e montañas
Ya otros soles miran mi cabeza cana
Nunca fui a Granada..." 
Granada que quer dizer "romã" e assim se vê, bago a bago!
***
Capital dos reinos muçulmanos dos séc. XI a XV, o último reduto árabe tomado pelos Reis Católicos, a sua fama precede a visão encantada que se tem dela, o esplendor das construções, as misturas das manifestações a Alá e ao Deus cristão.
Ah! ainda bem que tantas coisas são preservadas e reconstruídas, nenhuma civilização deveria ter o propósito ou o direito de extinguir a memória das anteriores.
De Córdoba a Granada, onde se chegou já ao fim do dia. E logo uma missão de reconhecimento à volta.















Andando pelas ruas, vislumbrando a Catedral da Encarnação, edifícios do renascimento espanhol séc. XVI, espreitando esquinas, apenas porque o tempo não ia sobrar para ver muito a fortaleza-cidade de Alhambra!


Sunday 9 August 2020

Andaluzia - Córdoba II Medina al-Azhara

Intenção de ir descobrir: Medina al-Azhara, a construção de uma nova cidade árabe, situada a 5km de Córdoba.
Como se as ruínas me chamassem.
Como se pretexto fosse, mais caminho a ver, mais coisas a pensar e encontrar!
Foi cidade edificada de raiz por um califa mouro, em honra de uma das suas mulheres (a mais amada?) Zara, séc X. Uma história breve de um século, de esplendor, guerras entre outras tendências muçulmanas e decadência. Rectificada nos seus pormenores, apenas 10% das construções está a descoberto, segundo li na ocasião. O traçado das ruas adivinha-se, em patamares e jardins.











Impossível reter e saber tantos pormenores históricos: fico-me apenas a aflorar o conhecimento e a época da tumultuosa vida das terras, as pegadas dos que há tantos séculos nos precederam.

Thursday 6 August 2020

Andaluzia - Córdoba I

Descer as avenidas e encontrar:
A fortaleza-alcáçova medieval ali existente deu origem ao Alcázar de los Reyes Cristianos, tendo sido muito modificada. Era uma das principais residências dos Reis Católicos, Isabel de Castela e Fernando II de Aragão. Expulsando árabes e judeus, seguindo uma estricta linha católica, não me são de grande simpatia. Contudo, foram muito importantes para Espanha, por terem conquistado a região andaluza definitivamente (de Granada) aos Mouros, unificado o reino (Castela e Aragão) e proporcionado a descoberta "das Américas".
Passeando por aquela beleza, onde os traços mouriscos se mantêm, não vale a pena pensar muito na sua sangrenta e desgraçada vivência por séculos... Funcionou ali o primeiro tribunal da Inquisição Espanhola c. 1482, foi usado como prisão e quartel general das tropas de Napoleão.
Somente em 1950 se deu a recuperação, tornando-se monumento nacional.
Como tudo o que tem o traço árabe, as construções ainda existentes e os jardins são luxuriantes e calmos, com os seus repuxos de água, fontes e alamedas. Um prazer.










Aqui as estátuas dos Reis Católicos recebendo Cristóvão Colombo




Do Museu, algumas das peças aí recolhidas, como este sarcófago, estátuas e mosaicos romanos




Espreitando pelas janelas para ver as escavações que ainda decorrem. Como estará agora?






 De costas, saindo do museu, em êxtase!