Tuesday 24 May 2022

Um (...) de Maio

Nestas coisas que se soltam das minhas ideias, actualizo com um parentesis, alguns aspectos da viagem para o Algarve e a passagem por Évora. O Alentejo é de esplendor nesta época do ano. Gosto muito de olhar, olhar soltando os pensamentos vagos pelos campos coloridos. Há uma liberdade de "não pensar" em nada.

Caminhos das aves e devoções




Há uma terra perdida no Ribatejo, com tradições liberais e revolucionárias, antes e depois do 25 de Abril. Já lá passámos mais vezes. Será por isso, pelas duras lutas durante a Reforma Agrária, pela vastidão, pela simpatia das pessoas comuns com quem falamos. Será por isso que lá paramos, gostamos do casal que gere o restaurante como uma casa, almoço tardio mas somos sempre bem recebidos. E se pedimos um pratinho de qualquer coisa especial, têm gosto em nos fazer as vontades nortenhas.
 


E depois há as estradas "menos percorridas"
 

As fotos foram carregadas ao contrário, esta a seguir já é em Évora, ao fim do dia, com o bailado das andorinhas em céu aberto






Era bom e descansado acordar com o som dos pássaros e ver a cidade ao longe.

 


Tuesday 10 May 2022

Uma semana em ilhas II - La Palma

Junto aqui as que julgo não publiquei anteriormente. E penso que se voltasse haveria mais para ver!

A lava, a que leva/levou e pudemos visitar demoradamente, estratificada, áspera, negra, incrível. Ao longe, o caminho da erupção do vulcão de S. João, em 1949. Infelizmente, outras paisagens haverá agora, as que não quero ver. Por serem tão recentes as dores e as destruições. Sei que todas as ilhas são vulcânicas e há um organismo específico, espanhol e ligado a outras instituições estrangeiras, que vigia e monitoriza as actividades, o Centro Nacional de Vulcanologia.

Observar e reconhecer os sinais no chão é... emocionante.






A voltar

Depois da sombra de Tenerife no horizonte, já o perfil do Teide

A voar. Seriam horas e horas até se chegar ao hotel, muito à noite, e termos feito todo o circuito de hotéis das redondezas: éramos os últimos.


Monday 9 May 2022

Uma semana em ilhas I - La Palma

Estas coisas das excursões que se podem marcar lá, na própria agência, são práticas, resolvem-se na hora. Tem o inconveniente de não se saber de horários fixos, ou seja, recolhem as pessoas para as saídas de autocarro em vários hotéis pelo caminho e isso pode ser muiiito demorado. Para La Palma se foi a partir do sul, onde estávamos, para norte, de onde partia "a aeronave". Madrugada, ainda escuro, para o aeroporto.

Curioso ver que tanta gente se deslocava em trabalho pois reparei que iam vestidos normalmente e de pastas na mão, portanto não só os turistas, num aviãozito de hélice. Rumo à "Ilha Bonita" e uma das maiores depressões vulcânicas do mundo, a Caldeira de Taburiente, que parece cortar a ilha em duas partes.


Há tempos, deu-me sobressalto saber que um dos vulcões da ilha no Cumbre Vieja, esteve activo 3 meses, até ao fim de 2021. O fogo e a lava correndo em direcção ao mar, destruíram mais de 2.600 casas e culturas. A lava arrefecida ao entrar no mar, aumentou a ilha em 43 hectares. Li que houve um aumento de turismo "dos vulcões", coisa que eu nunca faria. Fez-me pena seguir a torrente vermelha a engolir terras e casas, felizmente dando tempo a que as pessoas as abandonassem. Um sítio - ou uma pessoa - que se conhece torna os acontecimentos mais reais.


Do autocarro
 

Chegada a Santa Cruz de La Palma, a capital e o passeio marítimo, com janelas em madeira muito bonitas e floridas


 A cor, as cores, a limpidez, os frutos exóticos no seu lugar...






Depois de uma volta pelo centro da cidade, subir, subir...


Chegando à entrada do Parque Nacional onde se obtém a autorização selectiva para ir mais além



Olhando e olhando, para depois se fazer uma grande caminhada a pé, claro!, sob um enorme calor







A gente, o grupo pequeno do autocarro, esteve ali no pontinho amarelo a olhar para aquilo tudo em frente, com o caminho indicado para Lomo de las Chozas, até onde se chegou... Eu só pensava: como se vai voltar para trás, entre aqueles Pinheiros das Canárias (são diferentes, sim), aquele caminho íngreme de sol e pedra, entre floresta e mil cores?