Monday 29 November 2021

Sobral e arredores V

As férias são um prazer e muito mais reais quando se percorrem, revistas assim à distância. Notar os tons de pele, o cabelo com menos brancas, rever o vestuário e o corpo mais firme, relançar os passos, suaves e compassados, em caminhos tão conhecidos: uma outra descoberta de pormenores. Neste dia, por exemplo, fomos à praia da Lota:

E ao fim do dia, passear no sapal, perdendo o rumo no emaranhado dos canais. Sei lá se os olhares se repetem! Se eu sou sempre igual, em gostos e prazeres, a água ou a luz nunca são as mesmas. E quando reparo bem, vejo que há um flamingo que mergulha o bico, num segundo entre o click das fotos. Como pode ser igual?

As minhas disposições? essas vão mudando nos dias, meses e...nos anos a seguir. Mas sempre a beleza, a graciosidade, a estética, a variedade, o encantamento, permanecem nestas recordações.














Os cardos secos, as cores do ouro


Sunday 28 November 2021

Sobral e arredores IV

A seguir ao fim da tarde em prata líquida, rumou-se a Ayamonte. Lugar simpático mesmo ali do outro lado do Guadiana. A graça que eu acho, apreciada através dos anos seguintes, aos imensos grupos de espanhóis que vêm do lado de cá comprar atoalhados e comer "bacalau": magotes de gente barulhenta e alegre invadem as ruas e os restaurantes. Os nossos iam à gasolina, não sei se compravam recuerdos...

Nós gostamos de comer ao ar livre e muito, muito mesmo, de "tapear", sempre achei que têm uma imaginação prodigiosa nos produtos, na apresentação, dos pequenos pratos coloridos. Já muito tarde na vida, descobri as "tortillas"e os "huevos rotos", afinal uma maneira simples de os comer. E muito mais tarde, em Santiago de Compostela e Bilbau, a variedade de "ensaladas" e "montaditos" é enorme, muito imaginativa e saborosa.










Um breve passeio nocturno na parte antiga e junto ao porto de Ayamonte.


Thursday 25 November 2021

Sobral e arredores III

O dia seguinte teve mais mar que terra. 



As cores que me acompanham as férias

 

Ali se encontra agora o "Boutique Hotel", restaurante, e tal e coisa, há 12 anos estava praticamente vazio. O desenho e enquadramento são belos.
O acesso à praia que se diz verde é um bocado íngreme e, em chegando, só tinha nessa altura, há 11 anos, um apoio "dos caros", a condizer com as moradias.


Esta grande mania minha de "esperar ondas", espumas, dobras e salpicos de água... não é por acaso que estraguei uma máquina fotográfica assim, neste distraimento...


No fim do dia, ruma-se a mais além, atrás do sol poente e dos tons dele na água






Um lugar que iríamos ver e fruir nos anos próximos.

Levaram-nos às ostras - dizem ser um lugar único - no largo da igreja de Cacela Velha (já é quase  impossível lá ir!) e notei, apenas, de passagem, as paredes antigas




Sinto que me ficou muito por ver: voltaremos tantas vezes quantas possível.

Por acaso, este ano 2021 só lá passei para ver a ria: há centenas de carros, centenas de turismos, bancas e banquinhas, esplanadas na rua, um vaivém que ensandece a paisagem.


Monday 22 November 2021

Sobral e arredores II

No mesmo dia, o que se andou a ver, com olhos perdidos nas curvas e quadraturas das águas. O sal rebrilhante.






O comboio velho onde irei andar um ano destes, atravessando o campo nas traseiras das casas


Que pena tenho de não ter podido seguir uma das minhas paixões: a fotografia, com pormenor e nitidez. De pequenas coisas, de pequenos animais, de pedaços de céus, de pequeno chão...

Mas para falar das minhas paixões faria um livro aberto, de desejos, de intenções, de tantos cruzamentos e ideias.




A elegância da presença colorida dos flamingos. Gosto muito das aves da ria, discretas e sabedoras das estações, das marés.