Sul de Espanha I

A poucos quilómetros do alojamento, estava a costa. A Costa do Sol sem a azáfama dos nomes conhecidos de Marbella e Torremolinos. É muito diferente da nossa, as casas, as cores, as rochas. Andando por lá e pousando aqui e ali.

Se não me engano nestas subidas e descidas, esta era a praia de Fontanilla e ao longe se verá o rochedo de Gibraltar.

Sul de Espanha

Seguimos para o sul de Espanha-Andaluzia, espreitando o Guadiana.

Ser-penteando a paisagem. As voltas que se deram foram muitas, até chegar ao alojamento rural escolhido pela ideia de ficar isolado, entre campos, e preço dentro do orçamento. Que hoje não sei como se descobriu, algures, porque não havia tanta oferta visível: agora basta pôr Conil de la Frontera e surgem dezenas de propostas. Lembro vagamente que se mandou e-mail, se falou pelo telefone e teve que se pagar antecipadamente. Juntar-se-ia a nós o casal da família vindo de Rota, para passearmos juntos.

O lugar era amável e muito sossegado. Descobrimos depois que havia "cinco" 5!!! cadelas pequenas mas muito activas que nos cheiraram profusamente. Iam de vez em quando fazer batidas e corridas entre as pequenas palmeiras porque afinal, ali, era um viveiro de plantas/palmeiras para venda.

Um lanche ao ar livre, com queijos, enchidos, pão e cervejas que se arranjaram "in extremis"

E o jantar.

Em Tavira I

No castelo de Tavira, que se supõe estar sobre restos de uma ocupação pré-histórica, em 1997 foi descoberto um troço de muralha dos Fenícios, séc. VIII a.C. No entretanto, todos os povos invasores ou piratas de que me lembro da História, por lá aportaram ou passaram, até aos Romanos serem destronados pelos "bárbaros" godos que se lhes seguiram, chegando à invasão árabe. Em 1168 andavam os Almorávidas e os Almoádas, ou seja Mouros de uma facção contra Mouros de outra, estes últimos estabelecendo os seus ataques a partir do Castelo de Cacela Velha!!! 

A lenda acompanha a histórias de uma moura encantada e os fantasmas de 6 cavaleiros da Ordem de Santiago. Mas, avançando os inúmeros dados que me permitem coordenar as ideias, desfruto do castelo, das vistas, dos jardins.

E vou de seguida para As Salinas, como se um íman me levasse e onde irei depois inúmeras vezes, observar o que me parece um trabalho engenhoso (tal como no Douro, os socalcos) para reter a água do mar e retirar-lhe o sal, a alma sólida

 

A aparente serenidade das águas represadas abrigam a beleza das aves, a azáfama das asas

E das "Quatro Águas" - Rio Gilão ou Séqua, Canal de Cabanas, Canal de Tavira e barra de acesso ao mar - observo ao longe uma construção muito bonita em tons ocre: o Arraial Ferreira Neto, um edifício de apoio às pescas, nomeadamente à pesca do atum. Tratava-se de um bairro social piscatório, ano de construção 1945, onde chegaram a viver 500 pescadores e famílias. Possuía casas, escola, capela, posto médico, etc. Abandonado em 1972, foi recuperado para hotel em 2000. 

Lá irei dentro e fora, uns anos depois. Há uma estrada sobre-elevada entre águas e campos rasos que só vai dar àquele lugar de sonho.

Adeus Tabira ... há um caminho longo a percorrer, para o sul de Espanha. Já a seguir!

Em Tavira

A acreditar nos meus apontamentos fotográficos, esta foi a primeira vez que se "esteve" umas horas, ou seja, da noite para o dia incluindo um passeio pela grande manhã, em Tavira. Haveremos de voltar muitas vezes e, de todas elas, me há-de encantar o lugar, o rio, a ria, as águas - há um lugar que se chama Quatro Águas e são mesmo! -, um afecto que foi vislumbrado e nos foi crescendo e acrescentado com os anos. 

O que preciso, apenas limpeza e simplicidade, uma varanda com vista...

Já fora, descobrindo os sinais antigos, este numa parede da capela humilde de Santa Ana

Até podem existir noutros lados mas estas flores chamam-se para mim, como sinos de sol! "Algarve com alegria"

Começando a (a)notar as platibandas das casas antigas

Tavira possui reminiscências da passagem dos Fenícios! Desta vez não se irá pelas escavações e descobertas; mas fica "pendente". A cidade foi conquistada aos Mouros em 1242, por D. Paio Peres Correia. Entretanto, este é o Convento de Nª Srª da Graça, transformado em Pousada. Aqui mesmo irei ver. mais adiante no tempo, as escavações e as camadas dos povoamentos. 

Igreja de Santa Maria do Castelo, séc. XII, que se pensa ter sido edificada sobre uma antiga mesquita.

Andei à volta dos pórticos e dos seus símbolos, tão interessantes.

E aqui está, deixado para ver... o que eu penso das pichagens: o tipo que aqui escreveu, com um balde de cal e uma brocha, faria um bom trabalho de reconstrução, em vez de andar a pintar "merdas".

A ver uma parte do Castelo e muralhas,

Vou espreitar mais dentro!