Friday 25 December 2020

Em Tavira I

No castelo de Tavira, que se supõe estar sobre restos de uma ocupação pré-histórica, em 1997 foi descoberto um troço de muralha dos Fenícios, séc. VIII a.C. No entretanto, todos os povos invasores ou piratas de que me lembro da História, por lá aportaram ou passaram, até aos Romanos serem destronados pelos "bárbaros" godos que se lhes seguiram, chegando à invasão árabe. Em 1168 andavam os Almorávidas e os Almoádas, ou seja Mouros de uma facção contra Mouros de outra, estes últimos estabelecendo os seus ataques a partir do Castelo de Cacela Velha!!! 

A lenda acompanha a histórias de uma moura encantada e os fantasmas de 6 cavaleiros da Ordem de Santiago. Mas, avançando os inúmeros dados que me permitem coordenar as ideias, desfruto do castelo, das vistas, dos jardins.





E vou de seguida para As Salinas, como se um íman me levasse e onde irei depois inúmeras vezes, observar o que me parece um trabalho engenhoso (tal como no Douro, os socalcos) para reter a água do mar e retirar-lhe o sal, a alma sólida
 




A aparente serenidade das águas represadas abrigam a beleza das aves, a azáfama das asas

E das "Quatro Águas" - Rio Gilão ou Séqua, Canal de Cabanas, Canal de Tavira e barra de acesso ao mar - observo ao longe uma construção muito bonita em tons ocre: o Arraial Ferreira Neto, um edifício de apoio às pescas, nomeadamente à pesca do atum. Tratava-se de um bairro social piscatório, ano de construção 1945, onde chegaram a viver 500 pescadores e famílias. Possuía casas, escola, capela, posto médico, etc. Abandonado em 1972, foi recuperado para hotel em 2000. 

Lá irei dentro e fora, uns anos depois. Há uma estrada sobre-elevada entre águas e campos rasos que só vai dar àquele lugar de sonho.

Adeus Tabira ... há um caminho longo a percorrer, para o sul de Espanha. Já a seguir!


1 comment:

M. said...

Tavira, um lugar onde estive há mais muitos anos e onde anseio por voltar. Está na calha, se assim o coronavírus me deixar um dia.