Monday 23 November 2020

Lisboa VII - Baixa

No dia longo ainda permanecia o claro da tarde. Desceu-se para a Baixa-Chiado. A multidão, a cor e os divertimentos de rua.


Depois que por ali passei, nada disto me parece existir, nestas mudanças incríveis em uma década. As cadeias internacionais de lojas todas semelhantes, os artigos de modas, a maior parte estrangeiras... aborrecem-me pela perda de identidade.

 "Gardénia" é nome de uma flor incomum que conheço desde a minha adolescência e que aprecio, e cheiro, de cada vez que a  encontro,


 uma flor branca, pequena, perfumada e requintada: foi isso que me fez tirar a fotografia.


Da história: perfumaria chique aberta em 1909, danificada pelo incêndio no Chiado em 1988, reabriu como loja de moda (aqui ainda) e é agora uma loja Nespresso...
Armazéns Grandella, os ângulos na contra-luz. Tal como os Armazéns do Chiado (agora shopping-center enorme, reconstruído segundo um projecto do arq. Siza Vieira) foi  destruído pelo grande incêndio de 1988. Interessante a história destes armazéns, desde o início do séc. XIX. A exemplo dos grandes armazéns parisienses "Au Printemps" e "La Samaritaine", é um projecto Arte Nova de fim do século. Curioso ter lido que faziam entregas de encomendas em Lisboa, em 1890, com 8 carroças e um automóvel!





Mas o que verdadeiramente me encantou foi a Luvaria Ulisses que ali se mantém desde 1925. Pela decoração tão bonita e pelos bons artigos - luvas - tão pouco comuns nestes modernos tempos.






De como nesta data, fim de um ano cheio de sustos e "nadas", tão vazio de emoções partilhadas com amigos e família, me aparecem estas fotografias da "Humanidade em Saldos". Como autómatos sem rosto nem gestos.



Uma caricatura que me lembrou John Cleese e os seus risos!

Numa esquina qualquer, outros verdes para acabar o dia cheio deles.



1 comment:

M. said...

Belo passeio pela Baixa, já tinha saudades dela...