Wednesday, 30 December 2015

Paris 2015 - 1 Viagem e chegada

Viajar é ter os pés e a cabeça noutro sítio. E os olhos activos-cativos sempre.



Uma das coisas mais bonitas - para mim - no andar de avião e sendo hora/tempo claro, é ver o mapa de cima, imaginá-lo de papel; e o que será que estou a ver, que golfo, que península,
que gente em quadrados de terra tão definidos, de cores tão diferentes, que verdes,
que cereais e quintas e prados e casinhas solitárias, que cidades ou vilas,

já Paris ao longe se desenhava, inimaginável o intrincado do rio e da cidade, mas reconhecia La Défense, a Torre Eiffel e o prédio alto de Montparnasse,

visto saber que iríamos aterrar a sul.

Mas a primeira impressão ao atravessar a cidade não foi favorável, achei as ruas sujas e, de passagem, La République pareceu-me degradada. Iria ter essa impressão várias vezes, nos passeios a pé ou de autocarro. Mal sabia eu que, dali a poucos meses, naquela zona iria haver um brutal assalto bombista, de morte, destruição e dor. E era um pouco, como se nas pedras dos monumentos e paredes das ruas, se visse a ameaça à vida comum das pessoas, a inquietação pulsante. Lembrei as palavras de Simon and Garfunkel, "The Sound of Silence", 1966

"And the people bowed and prayed
To the neon god they made.
And the sign flashed out its warning
In the words that it was forming.
And the sign said, "The words of the prophets are written on the subway walls
And tenement halls
And whispered in the sounds of silence."


Esta seria a paisagem de todos os dias, de manhã e à noite, com calor, chuva, vento, pássaros: um som de silêncio apenas quebrado pelos sinos da Igreja de S. Vicente de Paulo.

Tuesday, 29 December 2015

Paris em 2001 - III

Irei vê-los 15 anos mais tarde, todos os quadros e estátuas que (já) me chamavam há muito tempo. Mas este é o registo de "um outro olhar", ainda esperançado, esperançoso, mais nova, mais crente de muitos dias futuros. O Louvre é imenso, andei um dia por lá quase até às 10h da noite, mesmo assim, passando por muitas salas sem me deter (os Luíses não me dizem grande coisa e Napoleões ainda menos).



















Sunday, 27 December 2015

Paris em 2001 - II

Estas fotos trazem ainda o antigo tom da impaciência, das horas, dos dias: de olhar, carregar no botão, tirar o rolo, revelar, pagar, ver...
e rever:
Museu d'Orsay












Museu Rodin, no Hotel Biron, uma "casa" onde Rodin tem, além das esculturas e estatuetas dele e de Camille Claudel, uma bela colecção de quadros. Os interiores e os jardins são sumptuosos.



Algumas das ruas percorridas, a pé e a ver tudo










Parque Bagatelle: era Março e não esquecerei os pequenos punhos das flores, surgindo com força da terra, depois do Inverno. Tais crianças saudando o mundo que há-de vir.






Tulherias, exteriores do Louvre




Gare du Nord