Tuesday, 27 July 2021

Mar a Norte

Meto-me em aventuras, nem sempre bem sucedidas. A primeira vez foi em 1978, S. Pedro de Moel, com um menino de meses: as voltas que tivemos de dar para arranjar um alojamento de férias que não fosse "de engano"! Lembro-me que parte dos vizinhos, no lugar onde tínhamos alugado um apartamento (que estava ainda em obras!!!), nos ajudou com solicitude. Até a senhora do quiosque se pôs em campo para nos encontrar um sítio aceitável.

Os anseios de distâncias e serenidade são sempre os mesmos. Havia um lugar junto ao mar que mal conhecia mas pareceu passível de ter o essencial para passar uns dias. Foi por anúncio no jornal ??? que não havia bis-ene-bis. O contacto foi telefónico, casal de professora e um doutor???, e acertaram-se pormenores, de preço e lugar. Íamos ver. Tinham 2 ou 3 apartamentos por ali, escolheu-se "o mais alto", o mais isolado ou com mais vistas: o costume.

Praia da Amorosa, uns dias antes, ir ver o aspecto e os apoios possíveis. A má catadura do Norte, os ventos e as nuvens. A praia, o areal, as rochas, os passadiços, eram encantadores e suficientemente convidativos para nos assegurarem bons passeios: com livros, cadernos para escrever e pintar, o rádio, o walkman - neste caso 'woman - uma pequena televisão para saber algo das notícias, umas esplanadas para almoços ligeiros, um pequeno supermercado. O geral. Um cheiro bom.




O andar era o último dos prédios... na esquina, varanda para a frente de mar - ao longe - e pinhal atrás. Não tenho fotografias ao "aglomerado" que nos pasmou, literalmente, onde se andava por ruas e passagens, como num labirinto: como, quando e quem? ali construiu centenas de apartamentos e casas, a maior parte deles vazios? E era Junho. Imagino o que seria na época baixa, ou na alta.

(e quantas vezes perguntei, e me pergunto, o mesmo?)



Estas eram as paisagens das varandas
Comprar o que se precisava para um dia a dia económico. E o jantar num lugar simples, de gente simpática, onde iríamos voltar mais vezes. Ficámos admirados também com o complexo "desportivo" de piscinas e ginásio que ali havia, cuja frequência me disseram ser assegurada por gente que vinha de Viana do Castelo.

No primeiro dia o notei, no segundo verifiquei: os senhores "de canudo" tinham o apartamento aparentemente limpo mas "ao Deus dará".


Sunday, 25 July 2021

Semana de Alentejo (mais profundo) XIX

Continuando em Évora "Princesa do Alentejo" (acordes de uma música que não encontrei nas minhas demandas mas que sei que existe!). 

Para a Sé Catedral, imponente, construída entre séc. XIII e XIV, em estilo gótico, o portal com os 12 Apóstolos, o seu ar um pouco "da moirama" - a mim parece-me, pelas cores e pelos arcos.





Rica e bela, do pouco que se viu




Daqui, salta-se para o campo aproveitando a saída para o longo caminho de casa

O Menir dos Almendres ficará muito perto do Cromeleque do mesmo nome, um conjunto mais ou menos circular de grandes pedras fálicas (mais de 95???), algumas com inscrições. Este grande menir tem o seu alinhamento com os outros, coincidente com o nascer do sol, no Solstício de Verão. É um lugar mítico que nos recorda o sagrado destas planícies em eras tão distantes.



Mas como o caminho "era de cabras", não se foi adiante ver o Cromeleque, também já lá tínhamos estado há que anos! e não havia forças para mais...

Nestas procuras, encontrei a descrição do "montado", típico destas regiões: principalmente sobreiros, azinheiras. Os sobreiros são árvores resistentes ao fogo! Sei da cortiça e a sua importância. Não sabia era que "nós" temos a maior extensão de sobreiros do mundo: cerca de 33% da área mundial.

 

 

Semana de Alentejo (mais profundo) XVIII

Os nomes das ruas e caminhos delas, com tanta graça








Mal se vêem as letras da fachada: "Legado do Operário" associação mutualista fundada em 1927. A designação "operário" já não usa!

Vou pelos pormenores

 





 
Lembrei-me das cadeirinhas, cómodas, camas, e outros objectos em madeira, com as pinturas ingénuas, de que tanto gosto.

E o afamado restaurante, com coisas muito boas, de aspecto e sabor



Lembro-me que, de tanto aparato de entradas e pratos principais gostosos, o nosso descendente achou que o vinho (caro) que escolheu não estava à temperatura conveniente. E tinha razão, eu é que não sabia nada disso; e só pensava na perdiz, no queijo, nas ovas, no presunto e na perninha de borrego que viria a seguir.



Semana de Alentejo (mais profundo) XVII

E era dia de sair de vez do lugar, dia de especialidade, aniversário. Daí a partida com mais colorido e rosas.

Para Évora, onde se nos juntou o par "do reino" para almoço.

O caminho, as horas, Estremoz ao longe


E Évora. Parámos lá há muito tempo, um dos nossos passeios com L.: e foi a primeira vez que comi/comemos migas à alentejana. Temos uma fotografia linda, as duas, no meio do amarelo da planície alentejana, a rir, quando a gente se ria com o corpo todo e a cabeça atirada para trás. 

O Foral da cidade de 1501, que recolhi da wiki (diz de domínio público) e ao qual achei muita graça:

Com vestígios de ocupação há 5 mil anos, Ebora teve uma grande importância no tempo dos Romanos, sendo o que resta do Templo de Diana, séc. I d.C. um maravilhoso exemplar. Aqui está ele na sua virtude frágil, na sua elegância despojada, nos pormenores das suas colunas pintadas pelo musgo amarelo do tempo




O centro histórico de Évora é Património Mundial da Unesco desde 1986. Espero que se conserve... Andando pelas ruas



A Praça do Geraldo (Geraldo Geraldes, o Sem Pavor, séc. XII) cujas façanhas de conquistas aos Mouros por toda a zona abaixo do Tejo, são lendárias




Dos pináculos da Catedral vislumbrados

Daqui a uma década... hei-de ver tudo isto em pormenor!