Saturday, 23 November 2024

Duas semanas em Lisboa 2011 - II

A ideia foi, uma vez mais, ir à Gulbenkian. Havia uma exposição temporária, "Memória do Sítio", sobre a vida de Calouste Gulbenkian (1869-1955), com fotografias e datas importantes do seu percurso. De todas as coisas que vou sabendo sobre este homem (rico) de cultura e do próprio Museu, nada há que não seja público e não se encontre em qualquer enciclopédia. E eu apenas me congratulo com a escolha do nosso país para peças tão especiais e magníficas.

Cá fora, os edifícios, os jardins. Exactamente, longe, no mesmo dia que é hoje...


Esta fotografia do pato que enfia a cabecinha na asa, faz-me lembrar como me sinto: em recolhimento.

Os passos frágeis das árvores
A colecção de fotografias da casa de Calouste Gulbenkian em Paris eram fascinantes, ali reconheci algumas das obras que agora podemos ver "com os olhos vistos". Interessante ler a notícia de um jornal parisiense: como deve ter sido frustrante esta escolha, nota-se pelos parcos dizeres. A casa de CG era na Av. d'Iéna, bem perto do Arco do Triunfo, recuperada depois para o Instituto Camões. Há mais de duas décadas tive o gosto de lá ter ido ver uma exposição de pintura.


Curiosamente estão documentados: o transporte, as embalagens das tantas obras de arte. Confesso que me fascinou este grupo de documentos, um trabalho delicado e hercúleo! Saberiam as centenas de pessoas envolvidas a preciosidade do que transportavam? Cinco séculos da História do Mundo...



Ao longe e ao perto, a silhueta da graciosa escultura "Diana", de Houdon, que hoje se encontra no átrio da Fundação.


Hyde Park Gardens... uma escolha de magnata, discreta mas de bom gosto, ali ao lado do belo parque.
Pelos caminhos dos corredores, encontrei Paula Rego e as suas mulheres sofridas




Escultura "A Primavera" de Alfred-Auguste Janniot, representando Diana, a deusa da caça, e duas ninfas. Sempre me detenho nelas...

 



Friday, 22 November 2024

Duas semanas em Lisboa 2011 - I

Os dias em volta dos lugares, as "sempre" vistas também em esquissos, um jantar com a sobrinha.


Repara-se nos ditos antigos,
e na lembrança do primeiro carro que tivemos: um Mini, PN-53-30.
Na luminosidade das folhas que caem

E sempre, sempre, capaz de estar a apreciar o pôr do sol durante minutos, imersa na transformação do céu e nuvens. Foi, ainda é, uma extravagância minha que não me cansa.


As pequenascoisassoltasàvolta.


Wednesday, 20 November 2024

Duas semanas em Lisboa 2011

Publicado o hiato destas (outras) recordações do presente, (re)volto-me para os tempos de mini férias que conseguíamos fazer por fugidas aqui e ali. Novembro 2011, nem acredito: apenas há 13 anos! Neste caso, ficamos duas semanas em C . Ourique, no pequeno e belo apartamento de muito ar e vistas. Estava vago pela grande viagem ao Oriente que o casal andava a fazer...

Durante anos parávamos aqui, pelo caminho. Área de serviço ampla, calma, desimpedida. Sabíamos que faltava uma hora para chegar a Lx. Há tempos esteve em obras e "a concessão" foi dada ou comprada (não li nada sobre isso...). Diz que é o "player" preferido, de um grupo multinacional, só podia! Passou a ter mais comida plástica, tudo muito moderno e cool, até a ouvir passarinhos nas casas de banho, as bacias de lavar as mãos todas translúcidas e em rampa, as torneiras "inteligentes", os bocadinhos de papel higiénico do tamanho da mão (fechada), os secadores tipo motor de ar quente, tudo muito higiénico. Nunca mais lá parámos!
 

Quanto ao lugar, a paisagem, era deslumbrante. Quantas vezes me debrucei na varanda para a frente, nascente e para poente!

E pronto, depois há andar com os olhos motivados por apontamentos que agora me dá gosto ver.

No dia a seguir, já às voltas na cidade, em direcção ao Chiado, as ruas a pé, quando os pés se moviam tão bem!


 

Esta era uma barbearia antiga que verifiquei, algum tempo depois, já não existir


Tal como muitas vezes, muitas... os apelos ao que necessitamos ser e dizer: manifestação "Contra a exploração e o empobrecimento". É para continuar.
 

Estátua do cauteleiro, figuras típicas nas cidades há tantos anos

Os anjinhos papudos, o que eu gosto destas carinhas rubicundas!
Miradouro e jardins tão belos, com aquela luz de Novembro: S. Pedro de Alcântara
Muitas vezes, quando revejo as fotos antigas, dou com estas surpresas: porque é que tirei esta fotografia? E lá descubro o (meu)motivo, aumentando ou aproximando o detalhe: um prédio abandonado, com uma imagem lá dentro, Nª Srª de Fátima? Digamos que a "protecção divina" serve muitos propósitos.

Já tudo anunciava o Natal, mais do que o espírito da quadra, o espírito das compras!
Fernando Pessoa, na meia luz, junto à casa onde viveu: "Ó sino da minha aldeia...", ali atrás a Basílica de Nª Srª dos Mártires e o sino que lhe lembrava "a aldeia imaginária" (dizia ele também "O poeta é um fingidor..")

E também reparei: os telemóveis sempre em acção, agora muito mais. Uma praga quando usada indiscriminadamente.