Tuesday 26 May 2020

Férias Lagoa de Stº André III - Ferragudo

E se...? Desce-se mais um pouco, passando por Portimão, de "forever young". Anos 80, aventuras de casas alugadas, nem sempre boas aventuras..., e gente amiga da época ou família. A diferença é abissal (é que nem quero saber/imaginar como será agora!), tenho as fotografias dos ainda jovens, dos ainda crianças.
Descobrimos o lá adiante, Ferragudo, porque nos falaram desse lugar mágico, do outro lado do rio Arade. Uma quase aldeia piscatória apenas e mais longe com uma dúzia de casas novas. Uma foz de entrada ampla, sem condomínios "na barra", no cais de Portimão ainda desembarcavam as traineiras com sardinhas, manhã cedinho. Observávamos na casa de ampla paisagem o alvoroço das gaivotas.
Tudo isso vimos e documentámos, outros tempos! Em 2007 pouco restava.





Como estas coisas de ver a nossa Earth ao vivo e pôr o homenzinho amarelo a andar são apenas "carregar teclas" e seguir as setas, dá para ver - tanta coisa, enfim, não me entusiasma tanta mudança chique! - que todo este quarteirão está já transformado (eram lojas de artesanato/cafés) em  estabelecimentos finos e apartamentos, também finos.
Foi-se ver o outro lado, o pôr do sol vinha-vinha e sabíamos que ali, aquela hora de fim de dia, era magnificente. O mesmo espectáculo, muitas vezes, no virar da curva onde se vê "a aldeia", como num filme italiano (parecenças com Cinque Tierre, na Ligúria)
(ai, ai, onde estão as minhas amadas/escolhidas fotografias? até aqui o blogger no add pictures se modificou, é um tormento procurá-las, adicioná-las aqui, agora: em que nuvem, em que apetrecho moderno, em que escaninho, app ou coisa, algum dispositivo as organizou? sou uma escrava das modificações que sempre surgem por ordens equívocas, destas técnicas de agrupar, saber onde, com quem, com sentidos que desconheço e desconfio)







A parte de casa com equipamento básico que alugámos duas vezes, a história dela que conhecemos. Era única, numa rua sem saída, nada em frente, nada atrás, a varanda a toda a volta, o espectáculo dos barcos e gaivotas quando entravam ou saíam a barra. Saber ao lado os estrangeiros (holandeses) a iniciarem o negócio do windsurf, em frente abaixo a vivenda Julieta, abandonada, com um campo enorme cheio de oliveiras e figueiras...


A Praia Grande todos os dias percorrida, ao fundo e na maré vaza se passavam os arcos de rochedos, chegávamos a uma gruta, a milhares de conchas e pedras com vestígios fossilizados de animais e plantas, uma praia escondida, cheia de andorinhas nas escarpas...
Definitivamente parecia mais pequena, com tantos apetrechos de entretimento espalhados, lugar para futebol e andebol, eu sei lá...

e ali, numa mesa virada ao mar, na serenidade da manhã e quase sem outra gente, nos sentávamos para um pequeno almoço/almoço tardio, torradas de pão regional, sumo de laranja, café: e as horas eram perfeitas! Falávamos com os donos do restaurante, com o banheiro, um velho escuro de sol, encarquilhado de sal, como ia estar o tempo, ele sabia sempre tudo só de olhar o horizonte. Gostava da sua pinguinha de bagaço, quantas vezes lho oferecemos apenas para conversar sobre a vida e perceber a sua sabedoria




Jantámos ali e soubemos das novidades, dos casamentos, dos estudos dos netos, das pessoas que se lembravam de nós






A casa da Infanta ali empoleirada na falésia, factos da história que também aprendemos
Da mansidão dessa tarde, lembrando tantas


Terminar o desfiar das memórias: no oitavo andar destes blocos "Gémeos", e às vezes não havia elevador!, num T0 que inventávamos T4 ou 5,
com o filho, com a Licínia, com a Lígia, com a Alice, com a Giselle, estivemos algumas vezes. Era propriedade da firma onde trabalhava e inscrevia-me sempre fora de época para poder aproveitar o tempo e a pouca frequência das praias.
Só... há tão poucos anos com esta memória viva!


1 comment:

São said...

Belas fotos que acarinharam a minha memória...

Bom fim de semana :)