Tuesday 23 June 2020

NOW, for something completely different

Frigideira à lisboeta ou Sertã à portuense?
Sorri ao lembrar-me dos "Monty Phython" e esta mudança repentina das minhas memórias antigas. O humor britânico no seu melhor que tanto apreciei, e aprecio, o nonsense.
Portanto, a partir da "pedra de 2005" apanhada algures nos montes das Termas de Monfortinho, num clickit, vieram-me à cabeça e aos olhos, as últimas fotografias de alguns dias passados agora, em revendo esses lugares. Nesse fim de mapa.
Mas, e na viagem, ir rever a Sertã que é um sítio de que gostamos, improvável cidade tão quieta no meio de nada. Conserva-se bem tratada, mais bem tratada ainda estava neste Junho-verde e quase sem movimento. Convento de Santo António, séc XVII, que foi também quartel... estava degradado, foi transformado em Hotel, com estrelas, 4 delas, e Health Club, claro. Pelo menos não se deixa cair... recuperado para os mais afortunados,
digo eu, que a minha fortuna é quand-même poder vê-lo em pé, passados tantos anos.
Começamos por encontrar o restaurante, com eficientes regras de higiene e distanciamento: bucho e maranho especialidades da região

A Avenida - parque - da Carvalha, um jardim e alameda amplos, limpos, árvores centenárias identificadas pela espécie
(bem, há mais de uma semana que noto uma configuração diferente, ao projectar e juntar fotos no blog, não sei que licenças ou permissões para fotografias querem as entidades que nos comandam os, tão simples e inócuos, desejos... O que é certo é que já não encontro a antiga facilidade em escrever e procurar+juntar fotos pelo que a minha paciente actividade vai certamente esmorecer. Tanto que dizer e carregar uma imagem de cada vez, esperar... não dá, nem gosto nem pachorra!  A barra anterior era muito mais intuitiva e não tinha que adicionar fotos uma a uma...)







Lá estava o sinal da estrada do tempo do "estado novo", a EN 2, que de Chaves vem pelo meio do país e que tantas vezes aproveitamos percorrer com prazer, nas viagens mais calmas e sem horário.
Por estranho que me parecesse, o caminho que se fazia há anos em direcção à fronteira, estava com um movimento estúpido, de camiões. O sereno Ladoeiro ficou insuportável. Ainda para mais (isso acontece tanto, com televisões e tal, acendem-se para animar as hostes!) a paragem no terraço de um pequeno café, quase sem ninguém, revelou-se um fiasco: pressuroso, o jovem que nem nos serviu (era preciso ir buscar a bebida ao interior) veio logo a seguir ligar a aparelhagem, com as colunas a cantar ou gritar macacadas.
Se foi para nos apressar, conseguiu!
A vista ampla do quarto do hotel, o que mais desejo, sossego, "vistas"!


A ideia para contornar as distâncias de Lisboa e dos meus queridos, três meses passados sem os ver ao vivo... pensou-se no campo, um ângulo agudo para oriente, entre Porto e Lisboa.
Não imaginava que tantas coisas estivessem fechadas pela pandemia que enche estes meses de receios e precauções: nem um café, nem uma água, nem nadinha para comer! Contudo, gostei de ver que as regras estavam a ser cumpridas na fronteira com Espanha.

O sossego da avenida, a antiga "estalagem" fechada a sete chaves.
E comida, bebida, café?
Sabia apenas que as distâncias eram curtas, entre povoações, mas a solidão daqueles lugares obrigou a percorrer a mesma estrada, de Penha Garcia, muitas vezes.
No hotel quase deserto, um silêncio apenas interrompido pelo cantar ternurento das rolas.

1 comment:

M. said...

Uma bela descrição de um passeio apetecível através desse correr de palavras entre memórias e actualidade. Gostei muito e fico sempre admirada como te lembras de tantos detalhes antigos.