Já sabíamos francês ao chegar ao liceu. Frases que se nos enrolavam na língua, delicadas: "vous" "elles" "garçons" "bonjour, asseyez-vous"
"La source d'un grand fleuve" era o Sena, um dos textos que recordo. Achei estranho também que ao mar, o nosso mar-viril, chamassem "la mer", ainda hoje me custa pensar nele no feminino. Mas sabíamos muito mais pelas canções francesas dessa época do que pelas lições. Umas dezenas delas me vêm à memória, músicas com letras e tudo.
"Quand vient la fin de l'été, sur la plage"
Na praia, nos grupos, no tempo do "francês", "le temps de l'amour et de l'aventure". Já se falava nos que "iam para França", os intelectuais e os que, sem o ser, fugiam à tropa. Dos que fugiam da miséria sabíamos pouco, na cidade.
O Nelinho escrevia muito bem, poemas de amor. Foi um dos que foi e um dia mais tarde nos visitou, de "pincha-pincha" amolgado.
Onde estarão os outros e as outras?
"Beaucoup de mes amis sont venus des nuages
avec soleil et pluie comme simples bagages
Ils ont fait la saison des amitiés sincères
la plus belle saison des quatre de la terre.
Ils ont cette douceur des plus beaux paysages
et la fidelité des oiseaux de passage..."
Françoise Hardy "L'Amitié", 1963.
1 comment:
E como tudo isso vai longe...
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