Wednesday, 27 January 2016

Paris 2015 - 29 - Museu do Louvre 6: As três Graças

Hors de collection:
Estavam as Três Meninas postas em sossego, na minha memória...
Eram amigas do liceu, inseparáveis, com a candura e aventura que só a adolescência jovem pode traduzir em gestos, em tempo, em gostos. De tantos amigos e coisas comuns: lembro três vestidos de malha, iguais mas em cores diferentes, comprados na "Porfírios". Tantas coisas que aqui não cabem porque não sei inventar vidas outras: o(s) romance(s) ficará por escrever.
Um deles seria épico: estudar, trabalhar, ditadura, estrangeiro, clandestinidade, liberdade, família, doença, distância. Mais de cinquenta anos separam estas vírgulas, no tempo que nos foi dado saber de nós mesmas.
Conhecia-as de ilustrações e porque nos chamavam assim. Em "carne e osso", ou seja, em escultura, vi-as a primeira vez há muitos anos, numa gruta do jardim no que era o arruinado Palácio de Estói. Estarão por lá agora, com muitas estrelas e "Spa"?
A segunda vez que vi o traço ou rasto... das graciosas meninas foi na Gulbenkian: as três graças estão no átrio, ao fundo duma escadas e chamam-se "A Primavera", escultura de Alfred-Auguste Janniot, 1889-1969. E vi entretanto pinturas de outras, Botticelli, Rubens... Porque afinal "as graças" que estas mulheres (foram) representam vivem na imaginação de muitos.

Ei-las aqui, as do Museu, nas amorosas formas em que as vi agora.
Representam a fertilidade, a beleza, a amizade.
(e acabei por não ver a pintura de Lucas Cranach sobre estas mesmas graças!)

 Composição de estátuas de James Pradier, 1790-1852





As estátuas romanas das "Três Graças", c. séc. II d.C.






1 comment:

M. said...

Lindíssimas esculturas! De uma beleza comovente.
Interessante o teu texto preâmbulo "Hors collection".