Tuesday 28 November 2017

Serpa IV - Relógios improváveis

Como tudo o que vale a pena, as histórias entrelaçam-se, no gosto e no encontro.
António Tavares de Almeida (1948-2012) recebeu uns relógios antigos dos seus avós. Desde 1972 que se dedicou a encontrar e a reparar nas suas oficinas, toda a espécie de relógios, vindos de muitos lados do mundo. Reuniu exemplares que vêm desde o ano de 1630 até aos nossos dias.
Pelo que li, o seu filho continua a espantosa colecção. O Museu foi aberto ao público em 1995: é encantatório de ver e num espaço muito bem arranjado. Sem sequer tentar ler e ver tudo (são 2400 exemplares), admirei a arte e as formas do tempo:



Como eu gosto de relógios de cuco, de portinha que se abre...
e, algures, nestes despertadores, está um exemplar igual a um que tivemos. A propósito de que me lembro duma coisa divertida: nas mocidades dos 20 anos, e quando às 7h da manhã em ponto tínhamos que (já) estar a trabalhar, metia-se o despertador dentro de uma panela de metal para que a vibração e o som nos acordassem!



Ah... e estes das figuras Arte Nova, pedindo uma lareira inglesa para se mostrarem,


ou este, deverá ser dos anos 50; há algures alguém, em alguma casa perdida no tempo, que tinha este género de relógio de que eu me lembro, em pequena.

Em diálogos com "as meninas" simpáticas que conversaram e facultaram todas as informações, acabou-se por descobrir um lugar que não estava no programa: as Grutas de Aracena... ali adiante... que para a gente do interior, é tudo "ali adiante"!

Depois de deixadas as muralhas elegantes que abraçam Serpa, no caminho, a igreja velha de Vila Nova de S. Bento, onde nunca parei mas sempre me chama os olhos: imponente na sua simplicidade,  e solitária.
O gado na água...
Revisto o trajecto, horas de passar em Moura, almoçar e andar, mais além.
Em Moura, ou nesse Alentejo-longe, tudo se repete.
E não!


Aqui estamos, melhor vendo, melhor apreciando; e o sol da manhã é outro.


Manhã é como quem diz, eram horas de almoço, num lugar a que voltamos, pela afabilidade, comida e preços, bons. A sopa de cação, para mim irresistível, o grão e a sericaia


De conforto feito, ruma-se a Espanha, curiosos.

No comments: