Monday, 6 August 2018

Murça e Montesinho

Coisas e sítios que se (me)metem na cabeça, há e durante anos, num berçário de ideias que vão ficando em espera. A maior parte das vezes, porque não tenho (aqui) as fotografias e especialmente nunca se teve dinheiro para grandes folestrias (esta uma palavra da minha meninice e que queria dizer... não sei, agora, eram coisas inatingíveis, assombrosas, fora do alcance normal).
Mas a propósito do que se foi fazendo:
A primeira vez que a família ficou num "turismo rural" foi nos anos 80. Sei perfeitamente onde colhi essa indicação, que computadores e buscas não havia: numa feira de artesanato, na Foz, no Passeio Alegre. Havia uma banca de produtos desse lugar, compotas e afins. Trouxe um cartão, era uma quintinha em Vila Flor, a Quinta da Veiguinha. Se procurar agora, pelos bookings e trivagos, aparecem dezenas, dezenas de turismos rurais e derivados! Não sei o que andei a fazer estes anos todos 60/70/80/90. A trabalhar para o que não gostava mas era imperioso??? para nada, me parece...
As fotos estão em álbuns de papel, impossível ter tudo digitalizado. Nem sei o que se fará àquilo, tantas pastas, tantos anos!
Procurando para Norte as minhas memórias arrumadas no pc, encontrei Março de 2009. Terras do Nordeste Transmontano (entre Alentejo e Trás-os-Montes o meu coração sempre se balançou...)


A caminho de Murça, com tanto azul.
Uma terra com uma estátua de um "berrão", a Porca de Murça, na praça principal. Pensa-se ter sido encontrada num castro ali perto e terá a ver com o culto da fertilidade de povos pré-romanos. E depois há as lendas do imaginário popular.

À volta da praça, casas do início de 1900, algumas bem recuperadas. A elegância destes traçados é notável.


Espreitando o pelourinho e a Igreja


Passando ao largo das povoações,
nos planaltos do interior transmontano,

parando nos regatos alegres, com as águas de Março.

reparando na seda dos troncos

Segundo o que se dizia "dantes", alguns dos passadores daqueles que fugiam à guerra colonial, os perseguidos, ou simplesmente os que procuravam melhor vida passando as fronteiras a salto, enganavam as pessoas ao chegar a esta região "França", apenas um lugar perdido no nada.
A chegada à Casa da Edra, uma rua, umas casas...

O alojamento era primitivo, o quarto num espaço muito pequeno. Contudo, pessoas amáveis, mãe e filha, que nos contaram a sua vida e a aventura, à época, de recuperarem a casita. O que me agradou foi tudo à volta, por exemplo de como estas pedras das escadas se seguravam.


Pelo interior da aldeia




os sinais nas frontarias das casas

a enorme árvore em parte decepada mas tal qual um monumento



os apontamentos com graça
as meias-portas que tão bem conheço porque vivi numa casa assim
e, finalmente, o javali??? que estava muito bem cozinhado e apresentado.

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