Nas buscas, e entretanto, descobri referências a Rosalía de Castro (1837-1885), entre os meus papeis (En Allariz, merca en galego!)
"Cantares Gallegos" (um dos primeiros livros escrito integralmente em galego)
Eu cantar, cantar, cantéi,
a grasia non era moita,
que nunca (delo me pesa)
fun eu meniña grasiosa.
Cantéi como mal sabia
dándolle reviravoltas,
can fan aqués que non saben
direitamente unha cousa.
...Non me espriquéi cal quixera
pois son de espricansa pouca:
si grasia en cantar non teño
o amor da patria me afoga.
Eu cantar, cantar cantéi,
a grasia non era moita.
Allariz diz-se ter sido fundada por um rei Suevo, Alarico de seu nome. Com história de lutas, fome (1942) e emigração, a vila recompôs-se da perda das suas indústrias (curtumes, moagem e tecidos), despoluindo o rio Arnoia e embelezando as suas ruas de uma forma harmoniosa. Há lugares perdidos onde nos sentimos encontrados...
Prémio do Conselho Europeu de Urbanismo (1994) e Reserva da Biosfera 2005, é um gosto passear por ela!
Um encanto, os relógios de sol (e não é que estava certo?) e os símbolos tão velhos das conchas de vieiras no caminho
Caixa de Crédito Agrícola entre os séc. XV e XVIII
... que também servia como casa de penhores!
Um centro histórico magnífico e bem conservado que fui vendo, em pormenores tão interessantes
Igreja de S. Bento
As lojas de artesanato e comidas bem apresentadas
Igreja de Santo Estevão
Recantos ternos e floridos
Um dos belos cruzeiros de Allariz
Caminho para o parque do Arnado, um óptimo conjunto de lazer junto ao rio
Novamente, outro lado da Igreja de Santo Estevão
e o frondoso parque junto à ponte românica de Vilanova
bem perto do excelente hotel onde ficámos, espaçoso e rodeado de verde
Tanto para ver mas, enfim, o resto do dia!
Depois do jantar e mais uma volta nocturna, ainda bebemos um licor de ervas que nos predispôs ao sono, tanto quanto a caminhada.
***
E EIS o que vê e diz M., no mesmo tempo horário, com as suas fotos de cantos de sombra e luz, e seus cantos (mentais também) de reflexões:
Sonho muitas vezes durante a noite mas raramente consigo, ao despertar pela manhã, lembrar com nitidez o que viajou pela minha cabeça nesse espaço de tempo. Imediatamente esqueço o que acompanhou o meu sono e, ainda que deseje recordar tudo direitinho, sobra-me apenas a vaga ideia de uma mistura de imagens que se interligam e se estranham umas às outras, num atropelo de pensamentos, cores, sombras, pedaços de histórias, vivências, palavras, diálogos, vozes conhecidas, desconhecidas, rostos, gestos. Enfim, o melhor será sonhar acordada, deixa o futuro em aberto.
E segue-se...
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