Thursday 4 April 2019

As casas e os sítios II

Acorda-se na madrugada com um silêncio não imposto mas que acontece: tão bom!
 E breve se vai para o interior saloio, caminho e direcção Fontanelas



Reparando nos azulejos que enfeitam e alegram as ruas, com quadras e rimas ingénuas: uma maneira bonita de nos referenciarmos




A Igreja de Fontanelas, com um desenho elegante e cuidado. Creio ter tirado, mais tarde, fotografias aos portais com figuras elaboradas e alpendre



O Castelo sempre de longe vendo-nos
A paragem pelo campo raso, flores do monte e as pedras




Esta casa "era" tão bonita, simples - com ar de abandono e desabitada. Ficou nos meus sonhos

Mas o que se pretendia, mesmo, era chegar ao Museu Arqueológico de S. Miguel de Odrinhas!
Guardam-se ali vestígios importantes que abarcam, desde as civilizações primitivas, seis mil anos de História, nomeadamente da ocupação visigótica, romana e medieval, em Sintra. Segundo o que li, trata-se de uma recolha iniciada em meados do séc. XVI, por "eruditos e arqueólogos" como Francisco d'Ollanda. O Museu é fascinante, solitário, nos campos lá de longe. Infelizmente - nunca percebo estas coisas proibidas... - não se pode tirar fotografias, nas várias salas de exposição, nem sem flash.  E eu obedeci.
Uma ideia feliz, chamar-lhe "Livro de Pedra"!
Um pátio interior, ao estilo andaluz


Capela de S. Miguel

As ruínas são numerosas. Cá fora a desarmonia das pedras harmoniosas. Dentro das várias salas se guardam lápides, estelas religiosas, funerárias e votivas, pórticos, pedras "falantes"...

Não há a certeza do que seja mas supõe-se que seja parte de uma villa romana,
onde mais adiante se vê o chão de mosaico policromado, típico destas habitações


Relógio de sol na parede da igreja

Não podendo "vencer", juntei-me a elas, às vitrines do Museu, e pude fotografá-las. Vi lá dentro, e sabia, que ali estavam os únicos três sarcófagos etruscos que existem em Portugal: trazidos por Sir Francis Cook para o Palácio de Monserrate e posteriormente entregues à guarda do museu. São belíssimos, com as faces de pedra lavrada de figuras estranhas, as tampas representando um homem e uma mulher soerguidos, olhando-nos do fundo do tempo: um cofre de vida-morte tão significativo


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