Wednesday, 11 November 2020

Galafura explicada à memória XVI

Recorri ao dicionário, o andadeiro que tinha aqui à mão, porque me faltam adjectivos.

Belo: que tem beleza, formas perfeitas e harmónicas. Feito com esmero. Agradável à vista e ao ouvido. Completo. Excelente. Generoso. O que eleva o espírito. A perfeição absoluta. 

Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Pesquisando outros livros também e, simplesmente: lindo, bonito, que provoca uma emoção estética, formoso, gentil, aprazível, distinto, feliz, próspero, nobre.

Gosto daqui, no computador a escrever, escolher, mas preferia ter "papel". Palpar, mexer nas fotografias como se fossem cartas de jogar. Tantas vezes me parecem iguais ou semelhantes. E depois encontro uma erva alta que baloiça, um ângulo mais suave, um rebrilhar das folhas contra um fundo desfocado: e tudo me parece único. 

Passo-as, com uma certa nostalgia, jardins fora/jardins dentro, um pouco como dizia hoje M.  

Escolhendo a estrada mais bonita e longa. E não gosto das autoestradas, onde não se pode ir mais devagar ou parar para olhar os vales e ondulações, que nos correm para trás e ao lado. Só é um caminho rápido, amplo e descansado.
Poucas vezes a tempo dos relances, a máquina, nem sempre rápida a mente: os montes estavam todos amarelos de giestas, as "maias" que afugentam o carrapato!
E a terra cultivada, no cromático e imenso verde



Como diria "un certain regard" das vinhas já formadas, nas encostas. Dali a três meses, estarão de cores imensas, como sei, de saber feito.

Aqui estão "as melhores alheiras" e o saboroso cabrito
saído deste forno...



Desfocada, como gosto dela, na quase transparência das folhas!



Cá fora, o passeio das cores.


1 comment:

M. said...

Um conforto encontrado nestes dias de pandemia: sair de casa nem que seja através das viagens do passado a lugares de que gostamos.