Mesmo com chuva, não se sai de Serpa facilmente. Pelo contrário, apetece ficar e esperar o sol, com casa e pessoas confortáveis. Sem andar ao redor das coisas, o que se fará tantas vezes depois, o longo caminho para casa esperava. Ah... mas antes, antes, a tentação de meter por um atalho na estrada, que diria "Apeadeiro do Guadiana"?? uma placa muito velha, a 7 km de Serpa, um ramal ferroviário, encerrado em 1990.
Alguém um dia fará, ou haverá, a História das nossas linhas de caminho de ferro, o que foi feito, o que foi abandonado? Quando poderá ser revertido o tráfico medonho dos camiões?
Há muitos sítios surreais e tão belos, como este. Por exemplo e aqui tão perto, a Ponte D. Maria, um jóia abandonada, encerrada em 1991. Estes anos, no pretensioso reinado social-democrata, em que tanta patacoada foi feita e mal amanhada.
As eleições de amanhã levam-me a recordar, com rancor, tantas coisas perdidas e retorcidas pelos sucessivos governos de suposta liberalidade.
Ermida de S. Sebastião, à entrada/saída da cidade. De arquitectura popular manuelina, séc. XVI.
E chovia na terra solitária
Apetecia-me escrever uma carta aos rios, ao rio.
Meu querido Guadiana:
Ao lado, a modernidade, necessária, eu sei: mas não abandonando e menosprezando tudo o resto
A casa do guarda da linha? em ruínas, do lado de lá, o mesmo
Assim, solidão das margens pedregosas.
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