Saturday, 26 June 2021

Penafiel e Vale do Tâmega I

A pensar numa rota conhecida, a Rota de Românico, de que se tem notícias há anos e se foi vendo ao acaso de saídas variadas. Aqui encontrámos a Igreja de S. Gens de Boelhe. De finais do séc. XIII, merece uma roda de passos em volta, apreciando o portal e as figuras esculpidas no duro granito do norte. Erigida num ponto estratégico na encosta, ao fundo a bela paisagem para o Rio Tâmega.

Nestas minhas deambulações e procurando preencher a memória dos factos que fui apontando, deparo-me agora com as mais diversas notícias e alertas. Ameaças alarmantes de há anos: barragens controversas, lugares desflorestados ???, praias fluviais e parques de lazer, turismos avonde e nos mais diversos lugares, baloiços sobre "paisagens" (como se as pessoas não pudessem estar quietas a olhar e a fruir os horizontes), quintas que eram "do património" e passaram a privadas, entupindo os caminhos num dead-end onde te quedas abismada... nem sei que diga! 

Passo, muda e surda, ao lugar da Igreja, detendo-me em pormenores simbólicos desgastados pelo tempo:







Seguindo para Rans e o solar Honra de Barbosa: quinta dos tempos medievais (origem românica séc. XII depois modificada) que pertenceu a Mem Moniz de Ribadouro, irmão de Egas Moniz. Pelas notícias de agora é propriedade privada.


Do enorme perímetro de construção do "solar", se vê o antigo edifício-prisão
 

e os pormenores da capela do Menino Deus, com o púlpito exterior e a inscrição de 1698



Como sempre, ando à volta, pelos muros e pelos verdes...



"Estes símbolos do prazer-ver"


Penafiel e Vale do Tâmega

A manhã cinzenta não convidava a passeios mas tínhamos combinado com a minha sogra levá-la a passear e a ver o Santuário do Sameiro, séc. XIX, em Penafiel. Igreja com nome comprido: de Nª Snrª da Piedade e Santos Passos. Vê-se como um bolo pousado num monte. Várias vezes ali passámos, na estrada abaixo, e nunca lá tínhamos subido. Também não interessa muito que estas igrejas e igrejinhas estão sempre fechadas. Dá para apreciar a paisagem e Penafiel até é uma cidade simpática. Iria confirmar essa ideia mais tarde, na Escritaria com Saramago, em Outubro 2009



E logo se põe a gente a andar por sítios esquecidos no mapa, seguindo apenas alguns sinais. Neste caso, O Menir de Luzim e as Gravuras Rupestres de Lomar.

O que se viu não foi muito, o chão estava húmido pelas chuvas recentes e os caminhos eram (mais que) agrestes. Além de que, como sempre, raramente há a indicação dos quilómetros a percorrer. Assim se vêem as pedras, as árvores e os sinais