Outros lugares, outras paredes, simbolismo antigo
e moderno
A abertura e reconstrução/adaptação deste Museu de Design e da Moda MUDE, inaugurado precisamente em 2009, é muito interessante. Foi a antiga sede do Banco Nacional Ultramarino, daí as insígnias acima. Parte dos interiores são como recordo o hall da entrada do Banco de Portugal, na Praça da Liberdade, quando lá ia tão pequena com o meu pai levantar os ordenados dos CTT: espaços imensos, luxos de mármores e madeiras, um silêncio de gente como num aquário. Uma caixa-elevador na parede em frente que andava para cima e para baixo, levando os documentos, supunha eu, para os andares acima.
Oxalá não dê aos "preciosos" do futuro a mania de apagar o passado, como se vê em estátuas e símbolos por esse mundo fora. Gostei muito dos interiores, com parte das paredes originais e estruturas à vista. Também mais tarde nos anos irei aí ver uma exposição sobre "quimonos" que muito, muito, apreciei.
O belo e majestoso Arco da Rua Augusta, inaugurado em 1873: o fecho de ouro da reconstrução pombalina da baixa de Lisboa depois do terramoto. Hei-de lá subir e ver tudo, mais tarde (porque estas coisas ficam-me no suspenso da não-realização).
O perfil do Elevador de Santa Justa, obra edificada pelo ano de 1900, com o esplendor da Arte Nova e do ferro forjado da época. Liga a Rua do Ouro ao Largo do Carmo, um desnível de 30 metros.
E a partir desse plano elevado, tudo o que é possível ver da Lisboa brilhante e calcária, a geometria dos seus telhados, as águas furtadas com janelas como olhares, a sua face solar:
Estas duas fotografias são iguais, ou seja, tiradas do mesmo ponto com máquinas (e mãos) diferentes:O Rossio de longe
Só depois reparei no "trompe d'oeil" desta fotografia, com o avião quase a aterrar no prédio... Lisboa tem esta - estúpida - particularidade de ter o caminho para o aeroporto principal a atravessar todo o meio da cidade. Décadas de controvérsia (ainda hoje, 2022) para "se escolher" um sítio alternativo. Basta olhar o mapa para se perceber o lugar em vista: deveria ser de "paisagem protegida", lugar de incomparável riqueza de terrenos, de passagem migratória e nidificação de aves... etc. Há interesses tão complicados envolvidos que a natureza selvagem sairá prejudicada e os acessos à capital de novo apinhados.
A história do nosso 25 de Abril de 1974 ficou, para sempre, ligada a este Largo do Carmo!
Pois é... a este ainda não consegui ir, apesar das tentativas "levadas a cabo".
1 comment:
A luminosidade da cidade mostrada pelo teu olhar.
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