Férias de zona - Sesimbra 4

Depois da manhã a espreitar as ondas da praia, coisa em que me perco... aquelas esmeraldas liquefeitas, aquele dobrar e os salpicos que sempre tento apanhar com os olhos, com a máquina. Não sei o que espero dessa contemplação, ver um peixe? descobrir algum segredo de mar? Sempre faço a mesma coisa desde que me conheço e parece-me sempre diferente.

Assim, foi tempo de ir andando para um lugar que me enche a imaginação há muitos anos, pela flora e a controvérsia das construções: a Arrábida.

É tão libertador olhar "o outro lado"!

Já se vislumbram as várias capelas (4) do Convento espalhadas pelos montes. O Convento da Arrábida foi construído no séc. XVI para albergar monges franciscanos. Séculos depois de várias vicissitudes, foi adquirido pela Fundação Oriente em 1990. É cedido pela Fundação para realização de eventos, conferências, seminários, etc. Claro que aqui na internet, com as imagens aéreas e explicações, vejo-o bem, com toda a sua beleza, sendo possível até ver fotografias de interiores. Um pasmo, para mim, sempre imaginando e sonhando "que tanto gostaria" de lá ir, ver e respirar aquele ar. Bem, vê-se e respira-se o que se pode.

E como escrevi algures vendo este horizonte "A Terra mesmo é redonda"!

A descida para o Portinho da Arrábida

Uma pequena baía muito agradável

Às vezes, revendo as fotografias, aborreço-me comigo: com tal mania das belezas e horizontes, nem apanho os aspectos do que está mais perto, neste caso o cais e a pequena praia.

E pomo-nos a caminho de Sesimbra. No largo junto ao areal encontra-se um painel de homenagem aos pescadores "A quem o mar se curva e a terra aclama"

Com tantas voltas e revoltas, chega-se à hora de jantar "peixe"

Achei graça a esta exposição de rua, de cartazes brejeiros e caricaturas da viragem do século 1800/1900, alguns de Rafael Bordalo Pinheiro. Nessa ocasião parecerem-me pertinentes, actualmente até mais!

Este das marionettes está perfeito para os dias de hoje

Sim, hoje, no 25 de Abril, passados 48 anos do dia primordial, ao ver a assembleia e as carantonhas em que se repartiram os partidos à direita do PS, mais me apercebo das encenações em Portugal. E dos fios do liberalismo económico que puxam à sua vontade os protagonistas das cenas de guerras e interesses do mundo.