Tuesday, 26 March 2024

Férias Algarve Set. 2011 - XII

Um resumo dessas férias, apontamentos das primeiras coisas que, através dos anos, fomos (re)descobrindo e muito, muito, apreciando. Ou não.

(digo a mim mesma que vou conseguir resumir...) 

De manhã, pequenas traineiras barulhentas. Da praia ouvem-se as vozes dos pescadores, fico-me com a interrogação de como podem eles pescar tão perto do areal. Muitas vezes sai fumo negro do gasóleo. Mas praticamente todos os anos em que lá fomos a seguir as tenho visto.

...Suponho que serão todas alugadas/ocupadas nas "férias-grandes", são muitas as casas maravilhosas dessa época, nos últimos anos já com vários outros aldeamentos construídos ou a construir. Sem a graça destas vivendas. Foi-se reparando no horizonte truncado. Em Maio/Junho ou Setembro/Outubro de 2011 não tinha visto ninguém.
Pelos caminhos da praia: estas caixas toscas servirão como armadilha para os polvos? A mim lembram-me aquelas construções pobres e precárias nos desertos. Ou os grandes prédios de escritórios onde se compra e vende: a rede e cada um por si.

Os fins de dia... São sempre especiais com estas cores rosadas, os restos de luz que rasteja pelos pequenos tufos de ervas e o silêncio que fica depois da debandada. Contudo, nada disto é real agora: as filas de "palhotas" são dezenas e extensas, vários concessionários se atropelam, os lugares para guarda-sóis ou toalhas são diminutos, as pessoas ficam aos montes!


 O silencioso e incrível desfazer das ondas douradas


Uma das poucas platibandas que ainda resta na aldeia antiga




Ao fundo ainda com réstias de sol, a costa espanhola
Pela maré baixa, são agora inúmeros os homens que percorrem a beira-mar a recolher conquilhas. Eu também o fiz, à mão, e pela graça de apanhar as fugitivas que em segundos se enterram na areia.



E, claro!, acima ainda baixinhos, recordo o ano em que foram plantados os pinheiros, no enorme parque de automóveis onde havia chuveiros e lava-pés.

Actual: aqui estão eles, ano passado em meados de Maio, bem como as filas das "palhotas" que não permitem gente avulso, a não ser alugando-as, por bom preço.


São inovações que me põem fora de mim, pelo negócio chorudo que representam e pelo desprezo pelas pessoas comuns ou que apenas querem estar na praia uma ou duas horas. Uma fita métrica, olhem lá: um quilómetro de praia e 5 ou 6 quilómetros de "tendas". Todos os anos têm aumentado, mesmo quando são meia dúzia a estar ocupadas por pessoas... Lá está, "nas férias grandes" terão todas clientela! Entretanto,  e fora disso, ocupam a areia desnecessariamente.

"O sim e o não". Mas quem sou eu para julgar apenas pelo que os meus olhos vêem e ter esta posição sempre crítica? Porque sempre tenho ideias a formar-se, a questionar-se pelo porquê?

 



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