O que iria acontecer sempre nesta viagem: levantar-se pela manhã(zinha) e estar de partida bem cedo. Em direcção a Montalegre, o primeiro dia de marcha, quantas horas de caminhos entre montes, vales e aldeias...
De Casas Novas, de saída, a vista
A caminho de Soutelinho da Raia e, a pé, em direcção a Vilar de Perdizes
O tanque comunitário onde se lava e bate a roupa na pedra, nem quero imaginar no Inverno...
As fotos dos mesmos momentos por MM. O ar parecia de vidro, nessa manhã:
Na passagem pela aldeia
Pensei nas pessoas mais velhas, naquele lugar tão tão longe dos centros urbanos, a sua solidão, as suas doenças e dificuldades.
Com uma fotografia idêntica, escreve a minha companheira de jornada, MM:
"Tão sozinha me pareceu na distância do meu olhar de peregrina por caminhos desconhecidos. Negras as vestes sobre o seu corpo de mulher, como estátua a vi, esculpida por artesão de um lugar de silêncios. Vértice de ecos antigos, perdidos alguns, resguardados outros na dureza da pedra ou no encantamento da memória, dispersando-se ainda outros na voragem dos dias por preencher. Naquele ermo pardacento, apenas o vermelho da caixa do correio pendurada na ombreira de uma porta fechada. Como coração que se recusa a morrer dentro de vida amortalhada."
Uma ideia que eu teria se fizesse este muro (não este de cimento, triste): deixar o tronco velho, um belíssimo e seguro enfeite
Ao fundo, a serra do Larouco, o festival das urzes pelos caminhos. Neste, a guia apontou-nos a marca na terra de uma pata de lobo e disse-nos que "os lobos nunca andam pelo meio dos caminhos" mas sim nas bordas deles. Lembrei-me de como por vezes andam furtivas e cautelosas as gentes.
uma água a correr
Wednesday, 14 November 2018
Tuesday, 13 November 2018
Caminhos de Santiago II - Chaves
Chaves teve direito a uma visita a pé, demorada. Como só lá tinha ido de passagem ou breve paragem, pude observar em detalhe as bonitas varandas e ruas de um passado com história. Que se vê na elegante Ponte de Trajano, construção entre o séc. I e II d.C. E no nome que à cidade deram os romanos: "Aquae Flaviae": instalaram-se no sereno vale do Tâmega e já ali fizeram as suas termas há quase dois mil anos!
A igreja matriz da Madalena, do lado de lá do rio
As sacadas, as águas furtadas que tanto me encantam: aqui como três irmãs tão gémeas e tão diferentes no olhar com que nos olham.
O castelo, mandado edificar por D. Dinis, esse rei que tanto plantava como definia fronteiras e solidificava muralhas, se interessava pelas artes e pelo conhecimento (a primeira Universidade em Lisboa e depois transferida para Coimbra)... e fazia poemas!
A Igreja de Santa Maria Maior
A Igreja da Misericórdia
que espreitei, com os seus demónios simpáticos
e os seus anjos tão elegantes e rosados
O Largo do Pelourinho
e as diversas imagens das casas, esta com uma fileira de meias desportivas a secar
Da cidade se via a progressão do fogo, tão perto que assustava
De volta a Casas Novas, ao final da tarde
A igreja matriz da Madalena, do lado de lá do rio
As sacadas, as águas furtadas que tanto me encantam: aqui como três irmãs tão gémeas e tão diferentes no olhar com que nos olham.
O castelo, mandado edificar por D. Dinis, esse rei que tanto plantava como definia fronteiras e solidificava muralhas, se interessava pelas artes e pelo conhecimento (a primeira Universidade em Lisboa e depois transferida para Coimbra)... e fazia poemas!
A Igreja de Santa Maria Maior
A Igreja da Misericórdia
que espreitei, com os seus demónios simpáticos
e os seus anjos tão elegantes e rosados
O Largo do Pelourinho
e as diversas imagens das casas, esta com uma fileira de meias desportivas a secar
Da cidade se via a progressão do fogo, tão perto que assustava
De volta a Casas Novas, ao final da tarde
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Caminho de Santiago 2
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