Sunday, 20 February 2022

Curia

Tivemos uma oferta de última hora: um "voucher" para uma noite num hotel, na Curia. Com a ideia de que íamos continuar depois para Lisboa, aproveitou-se.

Aldeia numa zona bonita, cheia de verdes parques e matas, com o Buçaco ao longe. As termas são conhecidas desde o tempo dos Romanos, lugar a que chamavam Aqua Curiva. A Curia teve um grande desenvolvimento, pela afluência às termas, nos inícios do séc. XX. Havia muitas pensões e hospedarias para se "ir a águas". Lembro-me que um dos meus patrões dos anos 70/80 ia sempre para ali. Foi, aliás, por um quadro superior, a mim, que soube da existência das Termas de Monfortinho que iria visitar décadas mais tarde. Que tempos...



Nestas minhas despretensiosas viagens pela memória e a beleza, por vezes encontro referências a "outras pessoas de blogs" com estas curiosidades explicadas, por quem sabe. Neste caso, diz-se que esta casa-chalet de várias interpretações arquitectónicas foi mandada construir por um torna-viagem da Venezuela.
 Os "grandes hotéis" de então são agora fáceis de identificar... pelos nomes estrangeirados, pelos spas e campos de golf. Mas nessa ocasião, eram poucos e de nomes simples, que facilmente se baralhavam. Assim se foi ter, por engano, a um belo exemplar Arte Nova (que agora é Palace com spa e golf) a que não se resistiu fotografar, frontaria e jardim.



 
"Pois que não era ali..."

Pelo que se descobriu mais adiante, com um ar mais discreto e abandonado, o "nosso" destino.




Alguma desilusão pelo ambiente "decadente" do interior, tivemos a sorte dos quartos serem enormes e podermos escolher as vistas. As poucas pessoas eram prestáveis: da vez que se tomou banho e a torneira avariou!!!, foi-nos facultado um roupão e um passeio pelos longos corredores, até encontrar uma torneira a funcionar. Há até que achar piada quando acabamos por resolver as situações.

O outro dia estava menos chuvoso embora com as nuvens a enegrecer o horizonte.



Há agora tudo o que por dentro do hotel se desfrutou, sem ver ninguém!



Por casa - Tempo de Natal

De apontamento. De outros Dezembros, de outros Natais. Tão poucos anos e tantas diferenças, tantas ausências.

Já nem sei a que propósito, as flores... O recanto e uma das representações que (ainda) há do "O Beijo"

Jantar com família e gente conhecida, o Porto em azulejos, a "francesinha": sei onde.

 
Visita aos pais, as folhas caídas

Os rostos antigos, fiz este quadro para a minha mãe há muito tempo. Vigia agora o meu sono.
O copo de whisky, meia dúzia, desde 1968: de que já não deve restar nenhum

A noite de consoada, o bacalhau "que se costuma"

 

A Kitty e os enfeites da época, bolas, fios e bonecos a que ela dava uma atenção de aristocrata.


Esta gata foi escolhida de uma ninhada que aconteceu num armazém de "ferro velho", era a mais feia e arisca. Veio aqui para casa com poucos meses, viveu connosco 16 anos. Escolheu morrer quando não estávamos em casa, vinha a empregada tratar dela. Era Março de 2010 e visitávamos uma exposição de quadros, em Lisboa, no Museu da Água, nos Barbadinhos. 

Sentei-me numa soleira da porta e chorei, a V. veio dizer-me que compreendia... A paisagem era esta.

 

Saturday, 19 February 2022

Por casa, pela cidade

Ah...como me lembro olhar da janela, a chaminé de fábrica, a "árvore", um ácer negundo. Quando via e sabia das estações do ano por ela, lá onde moravam pardais e melros. Como recordo as casas antigas, aqui ao lado, com friso de azulejos, resistentes de antes e durante 40 e muitos anos, jardim à frente, quintal atrás. Assisti ao abandono das últimas pessoas, à decadência, às heras e ervas que tomaram conta dos espaços, entrando pelas janelas, aos pombos que ali habitavam. Num sítio destes só pode agora ser "luxo". Nada é, o que vai ser? centro de negócios, habitações: no esquema da nova  construção até tem relvado e árvores. Mas esquemas, mentais e outros, temos todos. Para já, vejo a azáfama escavadora nas entranhas da terra argilosa.



De casa, as sombras
 

Da Foz, o mar bravo e antigo





O Forte de S. João Baptista, séc. XVI. Vi uma vez uma "Visita Guiada" com a descrição e visita pelo interior que muito me admirou, séculos de história do Porto. Penso que uma parte está destinada ao golf, pelo menos apareciam bolas cá fora!
A banhos

Um dia de temporal com "algumas abertas".

 

Thursday, 17 February 2022

Guimarães - Teatro

Desta vez, perto. À noite, para ver a peça de teatro "Ana", dos Artistas Unidos. Com a nossa querida actriz, dando-lhe apoio e fazendo companhia. No Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães. Palácio do séc. XVIII, recebeu visitas de reis, tendo passado por vários donos e vicissitudes. Felizmente recuperado, lembro-me que tem uns jardins lindos, estátuas, lagos, desenhos dos canteiros em buxo e  as japoneiras antigas, tão típicas do norte.

(...mais recordações das minhas: iria jurar - sem fotografias - que algures nos anos 80 se organizou ali uma conferência sobre a Indústria Têxtil, quando ainda o Palácio de Vila Flor era um Polo da Universidade do Minho. E quando pedia aos "viajantes" e me traziam a "trança", doce tenro com creme saboroso que nunca mais encontrei igual)



O restaurante, lindo e de apetite



 

Deixo a fotografia que me lembrou "estar algures no Japão", com os símbolos ao fundo


Um anjo-tocador de pedra


Muito interessante haver ali um espaço cultural heterogénio. Da coisas boas (também) que trouxe o 25 de Abril, abrindo polos, de artistas ou exposições, diversificados, segundo as vontades dos presidentes disto e daquilo. Tenho encontrado lugares extraordinários.


Tuesday, 15 February 2022

De Lisboa para Alentejo III

Subindo para "casa" e vendo tudo, de longe. Braços desgarrados de rios-afluentes e da Barragem do Alqueva 





Alguns anos "Depois" comecei a tirar fotografias às placas das povoações: a esta distância e mesmo consultando o mapa é impossível saber pelas terras por onde se passou

Imagino que esta abaixo seja Portel ???


E acabou-se a visão: a tempestade ameaçava, de longe, a gente avançava, até se chegar a ver um relâmpago!

Fim das maravilhas.