as lembranças que não são apenas memórias, nuvens errando nas circunvoluções do cérebro,
mas reais, como se um cinema me passasse nos olhos.
Mudo. Porque não há falas. Passarão mais anos e será surdo. Porque não o ouvirei jamais.
Posso apagar pormenores nas imagens de há 30 ou 20 ou 10 anos, as paisagens já não são as de agora, algumas pessoas já se perderam, as dores e amores passaram do momento que foi, o "Esplendor na Relva" como o conheci. Qualquer romance, qualquer gente.
Vivem comigo mas já não em mim.
Esta foi uma viagem com segredos, com recantos, com risos cúmplices. E muitos, muitos outros horizontes. Fios quebrados e pontas soltas.
Leiria, sei que foi Setembro,
o Alentejo sem auto-estrada, todo oiro e solene na imensidão do campo,
os lugares pequenos, era um 8º andar donde se conseguia ver o mar antes da barreira dos prédios,
Ferragudo, quando se dava a curva na estrada e aos olhos surgia apenas a aldeia dos pescadores e os barcos deles,
a praia grande que há dois ou três anos me pareceu tão pequena!
Sei que era Outubro.
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