Wednesday, 20 April 2016

Para Sul V - Apenas umas horas, 2007

Não sou contra o progresso: sou contra o desregulamento dele, o oportunismo fácil, o "quem tem um olho é rei". E não é só o dinheiro - embora ali se imagine muito, para tantas vivendas e aldeamentos! -, é também o "chico esperto" português que vive na garagem ou barraco, e aluga a casa, o turista que aproveita os costumes brandos e a deferência (humilhante) com que é tratado. Nos anos passados, seriam os 80s, os portugueses que (lá) iam, eram verdadeiramente maltratados e desprezados comummente.
Descemos a bela e indomável Costa Vicentina e não resistimos a ir "verificar" o que se passava em Portimão/Ferragudo.

Os prédios gémeos existiam, com pouca cor. A quem teria calhado o pequeno apartamento, de móveis em contraplacado, espaço partilhado a monte e como fosse possível?

A praça... é como todas as praças! Repuxos e largueza para as noites barulhentas e os insufláveis, árvores sem história. Alguém surgia e desaparecia na esquina da "Casa Inglesa", dobrando a surpresa do tempo. Nem lá fui, modernizou-se, e num último comentário que li dizia-se: "preços de luxo e serviços do 3º mundo".


 



De longe, conservava o ar modesto de aldeia de antigos pescadores.




Na "velha" estrada, surgiam minaretes estilo "Marraquexe,

e a "casa do terraço" engolida por outras, sendo que a Vivenda J., num terreno em frente, enorme, já vazia nesse tempo, continuava abandonada e (mais) decrépita,

mas, sobretudo a praia, as cores de fim do dia, imaginando que "não tem vedações e proibições", pelo menos o olhar,









como a pentear os cabelos da água,

e assistir à luz do sol, desaparecendo, crivada pelos bicos dos pássaros e prédios,


No comments: