Sunday 11 November 2018

A caminho (pensado) de Santiago

A braços e a dedos e a olhos
com uma tarefa prazenteira mas trabalhosa. Pelo encanto enorme, pelos muitos recantos, pelo que soube e pelo que vou procurar para os saber melhor.
Um dia destes vi parte de um programa, sobre peregrinos nos caminhos de Santiago. Para mim, peregrinação pode ser ali adiante, lugar da minha memória e pensamento.
Há anos e anos que pensava nesses Caminhos de Santiago, até porque desde os fins dos anos 60 e 70 via indicações sobre eles, nas "pequenas e fortuitas" visitas a Espanha/Vigo/Pontevedra e, mais tarde, Santiago de Compostela. Lugares perto de nós e onde (Galiza) se nota uma semelhança com a nossa língua e costumes notável.
Uma vez, em passeio levando a minha sogra (1993?), e já nos claustros da Catedral, encontrámo-nos perante o autêntico "botafumeiro", ainda libertando incenso. Um turíbulo impressionante, folheado a prata (o que era todo em prata foi roubado pelas tropas napoleónicas...), lindo, do tamanho de uma pessoa, 1,60m, Era ano Jacobeo e a festa que sempre se realiza quando o dia 25 de Julho (dia do apóstolo Santiago) calha a um domingo, notava-se nas ornamentações e afluência de peregrinos.
Achei sempre muito bonito o símbolo da concha-vieira, o sentimento "do mar".
Achei sempre que um caminho a pé, entre a Natureza e com um percurso, um propósito, serviria para libertar o espírito.
Achei sempre que, sem ser devota, respeitaria os lugares por onde tanta gente passou.
Não gosto - e incomodam-me pelo seu espírito religioso, ora doloroso, ora jocoso mas sempre "de espectáculo" - das peregrinações que (aqui) se fazem. Compreendo as razões e as crenças; mas sou mais ligada ao culto da Água, Terra, Fogo e Ar.
Nem de propósito...
"responsione mundi et de astrorum ordinatione", imagem de Isidoro de Sevilha, representação de 1472, retirada da Wikipédia.
E eu, de rodeio em rodeio... de pensamento à volta, à volta, como agora brinco com a minha menina-neta.
Certo é que, há anos, em plena Primavera, encontrei um folheto turístico duma viagem de 7 dias, em Agosto/Setembro. Parte a pé, parte a caminhar. O que depois soube ser o Caminho Português Interior de Santiago.
O meu par e três parceiras.

2 comments:

Isabel said...

Um sobrinho meu foi fazer o caminho português, há pouco tempo. Também gostava de o fazer.

Beijinhos e uma boa semana:))

M. said...

E. ao ler-te, sabes em que pensei que seria engraçado? Contar eu também lá no meu canto onde pousei o olhar e o pensamento. Apenas mais uma caminhada pela memória. E que é diferente, como se sabe. A minha tem ganchos de cabelo ao pôr do sol.