Monday 19 November 2018

Caminhos de Santiago VIII - San Salvador e Paiocordeiro até Allariz

Horas de parar e tomar um café, uma água, um sumo... algo energético para preparar o resto do dia, longo.
Entre as aldeias de San Salvador e Paiocordeiro
Lembrei-me da "Jangada de Pedra", de Saramago, ao ver este relógio, uma península à deriva; do lado nosso ainda 10.20h.

E de San Salvador, as descidas íngremes

Os bosques arborizados e solenes na sua quietude de sombras. Ali, disse-nos a guia, surgem na época própria, milhares de cogumelos selvagens que enfeitam a paisagem como se fosse um conto de fadas! Que há gente que ali se desloca para ver esse espectáculo.

Os sinais do Caminho de Santiago, vão-se tornando bem visíveis

E as fotografias que tiro, num acaso simples, e que me comovem ao revê-las



À vista de Paiocordeiro, lá fiquei eu para trás, calculo, pela distância do grupo que aqui se nota




E enfeitavam-se mochilas de que MM captou a cor e alegria

Já nas proximidades de Allariz (Município de Ourense) e do rio Arnoia, uma terra que nos ficou, para sempre, gravada na memória!
E é tempo de ir buscar o precioso livro que MM me ofereceu: Festival Internacional de Xardins de Allariz 2010 (Xardins na beira do río Arnoia - Xuño/Outubro 2010), para passear com nomes, espaços e panoramas, naquela bela e cuidada vila.
Este festival ocorre em paralelo com os "Jardins de Ponte de Lima", onde costumo ir com alguma regularidade e onde encontrei, este ano mesmo, uma referência aos jardins de Allariz. E os espaços cruzam-se no tempo, atrás e à frente dele!



O restaurante onde almoçámos, mesmo à beira-rio, descoberto o nome aqui, nas andanças sem paranças da internet: Restaurante Portovello.






Logo ali, a fábrica de curtumes que se visitou, uma parte do Parque Etnográfico do rio,
com os seus tanques de preparação das peles e apetrechos vários de tingimento




Ponte românica de Vilanova

Outro tema das actividades da zona: a preparação do linho e a tecelagem

a lançadeira, a "navette" 
os teares, a teia e a trama, que conheço tão bem


Encontro aqui, a espadela como vi no museu de Montalegre: utensílio de madeira que serve para bater - espadeirar - o linho e separar a estopa


As fotos da MM. sobretudo aqui, sobre-o-branco e os recantos pequenos que ela vê!



***
Nesta viagem pelas imagens, lembro que andei mais de 30 anos a estudar os vários processos de transformar e optimizar fibras e fios, transformando-os em tecido. Dezenas de máquinas e aparelhos que, de um maço de algodão ou lã informe, extraem uma manta para ser trabalhada ao longo de todo um complicado processo, até chegar ao fio e depois ao tecido propriamente dito.
Uma das firmas suíças com quem trabalhei tinha mesmo um slogan para a sua linha de máquinas especializadas: "Do fardo ao fio".
***
(melhor ir recorrendo aos passeios e fotografias, conhecimentos de lugares, para esquecer "o diploma")


1 comment:

M. said...

A beleza das viagens das nossas vidas. Tão bela é Allariz!