Saturday, 12 January 2019

Açores - S. Miguel

O arquipélago dos Açores anda-me na cabeça há décadas, desde que li ou conheci, a "lenda da Atlântida", ou ouvia na rádio o estado do tempo: "anti-ciclone centrado a noroeste dos Açores". Olhando o mapa, não me custa a acreditar nesta lenda, narrada por Platão. Visitando uma das ilhas... é quase certeza... tal a beleza e o exotismo dos lugares, o capricho do clima e da natureza.
Daí a viagem desejada. Voar, ficar, passear, vir. Em grupo, que é pouco a meu gosto mas "agora" nos dá mais segurança.
S. Miguel é a maior ilha, com 65 km comprimento e 16km largura: dois maciços vulcânicos separados por uma cordilheira central mais baixa (não notei, era tudo a subir e descer, tirando os mil valinhos, desfiladeiro e plataformas). O ponto mais alto é o Pico da Vara, com 1080 m e situa-se no maciço oriental. 
Ora a ilha fica na horizontal relativamente a nós, Portugal Continental, e por isso a Vila da Povoação onde ficava o Hotel, fica a sul e tem o sol primeiro, a nascente (ponta da Madrugada, no Nordeste) e Ponta Delgada fica mais para o lado da América, ou seja, poente. Tive de dar voltas à cabeça e ao mapa mental para me situar no Mundo!
Pela primeira vez, depois de renovado e alargado, o aeroporto do Porto deu-me um grande contentamento. Embaciado pelas 4 horas de espera para que o avião nos viesse buscar, gente variada e nós, um grupo de 40 e tal pessoas. 



A chegada ao aeroporto de Ponta Delgada (rebaptizado com nome de papa), pequeno e entalado entre mar e terra, pela tarde dentro, era uma amostra do que iríamos ver e sentir sempre: as 4 estações do ano num só dia!

No hotel  depois de muitas voltas, à Povoação. Assim chamada por ter sido ocupada pelos primeiros povoadores, cerca de 1426/1439.

Junto ao mar, com as nuvens a correr sabe-se lá para onde. Por lá ficámos, não propriamente bem instalados, das 4 estrelas uma deve ter-se perdido no Inverno! Um quarto de lado - às tantas quem nem veio à janela, teve direito a ela - faltou portanto a janela... ao horizonte que tanto amo!
E ouvindo as arenguices da guia, tipo rebanho, fazem assim, fazem assado...
Das refeições nem falo, nestas coisas séniores parecemos estar de castigo, alimentos enlatados e primários, todos virados para a parede! É comer e andar. E cuidado com os que chegam primeiro, lembram "marabuntas", só deixam restos...
No dia a seguir, uma volta pela Vila da Povoação, tempo fresco mas mais limpo.

Igreja Matriz Nª Senhora do Rosário, no caminho de uma das 5 lombas que rodeiam a vila



Na igreja, uma imagem muito interessante: o galo cantou 3 vezes quando Pedro negou que conhecia Cristo? Eu sei lá... as simbologias são tantas...

Passagem por um pequeno parque zoológico, com aves, macacos...

Uma das capelas (impérios) do Espírito Santo, uma devoção muito própria dos Açores, com símbolos específicos de coroa, pomba, bandeira, estandarte, etc. Iríamos ter oportunidade de ver uma procissão dessas.


Igreja de Santa Bárbara, a primeira da ilha de S. Miguel. As cores vulcânicas escuras, as decorações, sobressaem do branco das paredes, é muito bonito!
Ainda visitámos uma exposição de pintura de uma artista da terra, na Câmara Municipal.
E assim nos pusemos a caminho de outros lugares, pela janela do autocarro iria tirando as (im)possíveis fotos


Para a Ribeira Quente, entre assombro de cascata no caminho, e dificuldades económicas que se notavam no ar modesto da vila
e um passeio, fortuito, na praia, encontrando as esculturas incríveis que o mar traz

De volta à Povoação, Porta do Povoamento homenagem com pequenos bustos de pessoas ilustres à época

O jardim, o largo com um elegante coreto e o Padrão da descoberta da ilha , com data de 1432




1 comment:

M. said...

Ora vim eu hoje aqui a julgar que ainda estavas nas Caldas, depois do Gerês e de tantas outras terras, e encontro-te-te em São Miguel, contando coisas ao teu jeito e deixando subentendidos que te conheço e que me fizeram lembrar-me dessas ilhas maravilhosas que durante tantos anos desejei visitar e onde acabei por ir há alguns anos atrás. E que belas recordações trouxe comigo!