Wednesday 29 January 2020

A outra Lisboa V

Para o Jardim Botânico, o caminho
- nem sempre directamente porque não há nada que me dê mais prazer, seja onde for, do que "desviar-me para coisassoltas" -
pelos jardins do Príncipe Real (D. Pedro V).
No séc. XV chamavam ao local o Alto da Cotovia. O nome era lindo! Entre a passagem de marqueses, jesuítas e viscondes, o terramoto de 1755, lixeira do Bairro Alto cerca do ano de 1830, incêndios e destruições,
(foto retirada da wiki, mostrando o incêndio da Praça da Patriarcal, 1873),
o jardim foi desenhado e construído em meados do séc. XIX, ao estilo romântico. Vários nomes de toponímia e algumas estátuas depois, encontro o belo Cedro-do-Buçaco com mais de 20 metros de diâmetro
(o que não encontro mesmo e até hoje... é a entrada do reservatório subterrâneo de água da Patriarcal, Museu da Água, que muita curiosidade tinha de conhecer. Talvez porque as árvores me distraem)


e a volubilidade majestática das árvores-da-borracha australianas com mais de 150 anos,
viro-me para o variado conjunto de edifícios à volta do jardim, cada um com um pormenor que me "chama"


tal este quarteirão onde está - ou estava - situada a Fundação da Casa de Macau,
seguida de um palácio de influência árabe, em esquina
(andei por lá anos mais tarde, foi transformado em galeria comercial - "Embaixada", Setembro 2013 - de diversas quinquilharias, nos anos recentes chamadas de design, e comidas).
Trata-se do Palacete Ribeiro da Cunha, rico comerciante de tabaco, que o mandou edificar entre 1877/78. Consultas na internet dão muitas informações sobre este edifício, nomeadamente de estar na mira de mais um empreendimento hoteleiro? de charme e luxo.
Como dizia a Doris Day
"Que sera sera,
Whatever will be will be..."



Avenida D. Carlos e de novo os jacarandás (que se diz estragam os passeios, os carros e tudo o que o bicho homem coloca debaixo deles)

E à volta da Assembleia da República, localizada num edifício histórico, o Palácio de S. Bento, cujos-alguns dos maravilhosos interiores vemos nas discussões variadas da AR...
(do qual nem reconto a história ou seria uma perdição: apenas faço contas aproximadas ao número de deputados: 230 vezes 15 Presidentes da Assembleia desde 1975 = 3.350 pessoas. Isto muito por alto...).
A democracia tem custos elevados: escolhem-se e pagam-se, bem, a pessoas para defenderem os NOSSOS interesses.
Nunca pode ser um acto volúvel, uma demissão, um erro sujeito às erráticas posições de alguns, às manobras apalhaçadas de tantos!





Depois de muitas espreitadelas, montras, visões e paragens...


lá se chega à entrada do que iria ser um passeio maravilhoso, num dos sossegados "pulmões" de Lisboa


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