Depois das errâncias em terras abaixo e es'panholas, dá-me saudades do Douro e Trás-os-Montes, com as suas terras frias e quentes. Esperar-se-á por um dia de Outono aprazível e há-de fazer-se este ano o mesmo percurso, tirar as mesmas fotos, sentir o mesmo agrado das coisas e das gentes. Há a luz e o céu que são diferentes, há o caminho que se modifica, há a disposição, há (ou não) a companhia. Há os pés e os olhos, ambos sentimentais.
Tive um médico que era mais que isso, tratador de doenças graves. Um humanista, um homem de sabedoria e abrangência ilimitadas. Todos os anos o via, no hospital, nos primeiros tempos mais que uma vez por ano. Duma vez, fez um relatório completo da minha situação e conseguiu-me uma consulta no Middlesex Hospital, em Londres (vi agora que fechou em 2005!).
***Mais uma recordação, além dessa viagem (em companhia da minha querida amiga L.) de susto (doença) e fascínio (lugar): o médico, a quem me recomendou e ele mesmo contactou, chamava-se Dr. Blackman: um nome que notei. Por ser um homem dos seus 40 e tal anos, muito simpático e próximo que, ao contrário do nome, era branco-inglês e com uns imensos olhos azuis.***
Ainda posso recorrer ao conselho do meu médico portuense de tantos anos, somos "amigos" apesar da sua reforma. O caso é que sempre que recordo estes sítios, me lembro dele.
Um passado: 1993. As conversas que tivemos incluíam medicamentos vários e muitos, muitos conselhos. De tal forma (devo ter guardado as receitas algures...) que no verso do papel/receita das medicinas, ele apontava coisas úteis, destinadas "a mim", à "minha condição" tão específica. Uma das vezes, e a essa me refiro especialmente, escreveu uma série de nomes e sítios. Para passear, para libertar a aflição em que me encontrava. E então sorrio da lembrança de alguns: Douro/Galafura, Castelo de Vide/Serra de S. Mamede, Reguengos de Monsaraz, Serpa/Pulo do Lobo... Só muito mais tarde pude fazê-lo mas sempre, sempre me ficará o encantamento destas receitas do meu querido doutor GM.
Começo pelas coisinhas rasas, do chão. Na Galafura 2008, 2009, 2010.
Não sei onde vai parar a minha cabeça à solta: queria dividir os temas das visões nesta terra que amo.
E há tantas paisagens e estações e sentidos diferentes!
1 comment:
Que bom, vamos passear por aqui de novo. Bem precisamos.
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