Wednesday, 18 November 2020

Lisboa - Recantos

Todos estes anos, 16, da família em Lisboa, fomos à capital cerca??? de 70 vezes. De passagem ou de estadia. Com alojamento ou sem. Desta vez passou um ano, ou quase, desde que as viagens e festas acabaram. Em alternativas se vai pensando, fora "do urbano", mas quer-me parecer que tão cedo não se fará. Vagueio pelas fotografias. Muitas que aqui não têm lugar e me deixam pregas e buracos no pensamento. E um esgar de desconforto e muitas saudades. Dos risos, das palavras, do movimento e, em especial, da alegria, como um riacho saltitante de luz, da pessoa pequena.

Um acaso ter acabado de reler "A História do Cerco de Lisboa", de José Saramago, cá em casa desde 1989, seguindo as espantosas viagens de Raimundo Silva à volta da sua morada com varanda e da editora onde entregava as revisões dos livros. Uma semelhança curiosa, do que conheço de Saramago e da sua vida.

Lisboa foi cercada entre Julho a Outubro de 1147, pelas tropas de D. Afonso Henriques e dos cruzados. O resto é da História e muito tem que se lhe diga. Encontrei na Wikipédia esta reprodução de Roque Gameiro, 1917, que diz "ser do domínio público" - espero bem que sim, que pouco gosto de utilizar imagens que não sejam minhas. Uma representação perfeita do descrito no livro de Saramago.

E outro acaso, ter chegado às primeiras visões do Castelo de S. Jorge, precisamente agora nas-soltas-coisas que por aqui andam.

Ida pela Costa do Castelo, ao Chapitô, lugar mítico das artes, do espectáculo e também de integração social de pessoas carenciadas. Teresa Ricou, Tété a mulher-palhaço, tem 74 anos e foi a mentora deste projecto nos anos 80. Sempre me lembro dela, da sua força anímica e da sua vida aventurosa. Foi assim, uma visita, espécie de homenagem a essa mulher tão peculiar. Na Rua do Milagre de Santo António. Mais à frente os encontraria, representados em azulejos,




Um lugar com terraço e vistas maravilhosas, num repente o largo rio!



Todos os cantos "dizem" alguma coisa

Longe dos telhados em escadaria, a visão das torres do Terreiro do Paço e do arco da Rua Augusta, algures numa fotografia destas estará a Sé de Lisboa.

"Para nascer, Portugal. Para morrer, o Mundo", frase do Padre António Vieira num mural abaixo, entre jacarandás.


As ruínas do Convento do Carmo


E depois de ter dado a volta a tudo o que se via, perto ou longe, o almoço volante de saladas e tostas



Um lugar extraordinário e surpreendente.

1 comment:

M. said...

Era bom passear.