Tuesday, 16 March 2021

Fim do ano 2008 I

Oxalá me lembre (o que escrevi já, antes e em outros sítios, não sei!) de não falar de novo neste assunto que me põe furiosa. As casas abandonadas ou semi-abandonadas. No presente, mais que muitas. Só à minha volta há algumas fechadas, que eu bem as sei e vejo, anos seguidos! Como se cada (alguns) português tivesse que ter duas ou três casas para viver só numa. 

Acabaremos todos num lugar pequenino.

Não me interessa nada a discussão "que nunca se sabe", que "são heranças por resolver", "que servem de rendimento", "que é um investimento". Eu sou, e fui sempre, de "A terra a quem a trabalha", quanto mais de "A casa a quem a habita". Tout court, com a excepção de quem se desloca para fora do seu lugar e precisa de o manter para voltar. Há um dinheiro invisível que não é do trabalho, chamam-lhe valorização ou inflação, e que dá origens a estranhas formas de vida. Como este exemplo que há muitas décadas está em frente aos meus olhos. E do qual sei alguma história. O que me permite, conhecendo este caso, pensar que o ar, o chão, não têm preço e não deveriam ser exclusivo para alguns, indefinidamente e sem regras.





As casinhas, ao estilo inglês, de jardim à frente e terreno atrás: vi os últimos moradores nos inícios dos anos 70. E vejo o abandono, os estragos, a impertinência: quero, posso e mando.
 

A natureza cumpre-se, até há flores selvagens às vezes. Felizmente, para esconderem o lixo e o abandono.

Isto não devia poder acontecer.


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