Dali, da tarde que era já longa, se meteu vagamente pelas margens do "Grande Lago", aflorando-o aqui e acolá. Não sou capaz de seguir agora a estrada que se percorreu, ficam apontamentos das paisagens e lugares que, se calhar, nunca verei ao perto
Chega-se bem à praia fluvial da Tapada Grande, das minas de S. Domingos, muito arranjado, um lugar encantador, de paz e luminosidade. Voltaremos aí noutras passagens, a ver as casas dos mineiros que ali trabalharam desde o séc. XIX, na extracção do cobre, com ligação ferroviária ao cais do Pomarão no Guadiana.
E logo se retoma o caminho para mais sul, entre as cegonhas vigilantes,
Pelas horas da fotografia, não sei que terra/castelo é esta. Serpa não será; será? E revendo, vejo que se andou para sul e só depois se veio "para cima" em direcção a Mértola
Pelo que esta é a Ribeira do Vascão, que separa o Alentejo do Algarve
E vai longa a viagem, ainda até Alcoutim, vista de S. Lúcar de Guadiana
A Ribeira de Oeiras, afluente do Guadiana, de que soube o nome agora, por muitas voltas dadas: curiosidade porque nasce na Serra do Caldeirão e vai de sul para norte, desaguando muito perto de Mértola
E Mértola, o seu castelo e fortificações. A ocupação deste lugar remonta ao Neolítico e há muitas escavações arqueológicas (que verei de outra vez, mais tarde...) que o demonstram. Lê-se que, sendo o rio Guadiana navegável até ali, foi entreposto comercial dos Fenícios e Cartagineses. Denominada pelos Romanos Mírtilis Júlia, foi depois ocupada por Visigodos e Muçulmanos, até à tomada cristã, no tempo de D. Sancho II, em 1238.
Já o Guadiana se apresenta suave nas margens
Tendo decorrido o Festival Islâmico na cidade, ainda se vislumbraram sinais dele
E o tempo e esforço deram para subir e descer mais ruas...
até à Igreja Matriz de Nª Srª da Assunção, construída sobre uma antiga mesquita. Fechada pela hora tardia, lembrámos ter visto há uns anos, restos das pinturas islâmicas atrás do altar-mor e outros vestígios antigos. E por isso, haveremos de voltar, à igreja, às escavações, ao inesperado Museu de Arqueologia e a todo o núcleo arqueológico classificado. Assim se diz que Mértola é uma "vila-museu" pela quantidade de peças e lugares tão bem explorados e preservados. O Dr. Cláudio Torres, arqueólogo, iniciou estas pesquisas nos anos 80. E deve ter sido uma grande paixão, pelo carinho e dedicação demonstrados pelas diversas exposições
Notando a placa com o nome do escritor (tão magnífico resistente foi...) Alves Redol (1911-1969)
O lar provisório na volta, já pela meia-noite.
Descanso...
3 comments:
Mértola é um, senão o, dos meus lugares preferidos no Alentejo. Tempos houve em que saía de Lisboa à 6feira, depois do almoço e só voltava no domingo à noite.
Costumava ficar numa residencial mesmo sobre o rio. À noite, ouvia as rãs....
Depois, essa residencial transformou-se num hotel sem graça nenhuma e eu não voltei lá!
Reparei que estas fotos são de 2009. Por essa altura também eu por lá andava...curioso!
Tenho muitas "terras" preferidas, de Norte a Sul deste país pequeno e tão diverso. Probabilidades de datas e pessoas que se desconhecem. E é tudo curioso, as coincidências imateriais. Obg
Bolas! Também tenho de descansar...
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