Saturday 23 October 2021

Estremoz II

De maneira que essa manhã chovia. Andou-se pela casa e telheiro em jogos e leituras, em conversas cruzadas. Pela tarde, nos intervalos de brincar, sobretudo ouvir o silêncio dos campos amodorrados, observar as aves e as nuvens que se laçaram e deslaçaram hora a hora.

As nuvens e nuvens ilimitadas, e as suas correrias várias, sempre me encantam





Mas, como "nem só de contemplação vive o homem" - e em especial eu, mulher de tantas curiosidades latentes, diria até latejantes! - o projecto do dia seguinte foi almoçar num restaurante no campo, passar numa igreja de caminho e voltar a Estremoz onde um museu "me chamava".

Assim, começando com a liberdade da relva e da piscina, o dia cheio em algumas horas. Saindo para almoço-convívio degustando a maravilha dos sabores do Alentejo, num lugar no meio de nada onde se comeu muito bem. Por exemplo: frango do campo e cozido de grão.


Pelo caminho se tinha vislumbrado uma igreja solitária e imponente. Igreja de Nª Srª dos Mártires, com características medievais, foi mandada construir por D. Nuno Álvares Pereira, eventualmente existente desde o séc. XIV tendo sofrido depois alterações. Gostei dela, pela pacatez e dignidade, pelos enfeites elegantes, pela visão dos arcos incompletos que me fizeram lembrar o Convento do Carmo, em Lisboa. O interior de pormenores manuelinos e os azulejos mais tardios, puderam ser observados ao pormenor pela afabilidade da guardiã que logo nos deixou vê-los, não sem que antes nos tivesse contado a sua história de vida.



Os arcos góticos, o mármore rosado e a luminosidade naquela terra clara do Alentejo davam uma sensação de paz imensa.






Um repasto arreado de nobres em cujos pormenores reparei de perto.



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